O Grande Hotel Termas de Araxá marca seus 80 anos com o lançamento do livro Sobre o tempo – Grande Hotel Termas de Araxá 80 anos, obra que revisita a trajetória, a arquitetura e o papel cultural do empreendimento. O lançamento será no dia 29 de novembro, às 11h, no próprio hotel, com debate, projeções e participação de profissionais ligados à história do edifício.
Assinado pelos jornalistas Mariana Peixoto e Helvécio Carlos, o livro reúne 154 páginas com ensaio fotográfico contemporâneo de Léo Lara, direção de arte de Gustavo Greco e imagens históricas provenientes dos acervos da Fundação Cultural Calmon Barreto e da revista O Cruzeiro. A publicação também é finalista do 15º Prêmio Brasileiro de Design.
A programação do lançamento contará com a presença de Celina Borges, professora da Escola de Arquitetura da UFMG; Máximo Soalheiro, ceramista que participou da restauração do prédio nos anos 1990; e Luiz Humberto França, escritor e jornalista araxaense. Também haverá projeção das fotos realizadas por Léo Lara especialmente para o projeto.
O livro destaca episódios pouco conhecidos da história do Grande Hotel, como a passagem de uma expedição soviética por Araxá para acompanhar o eclipse solar total de 1947, registrada pelo repórter David Nasser e pelo fotógrafo Jean Manzon.
“Três anos após a inauguração do hotel, ocorreu um eclipse solar total. Um grupo de cientistas soviéticos foi a Araxá para observar o fenômeno. Os norte-americanos também vieram a Minas, mas se instalaram em Bocaiúva. Não podemos nos esquecer que o período do pós-guerra é do início da Guerra Fria”, afirma Mariana Peixoto.
Segundo a autora, a narrativa encontrada na reportagem reforçou a dimensão histórica do hotel. “Onde havia uma boa história deveria ter outras, então me animei com a pesquisa”, diz. Ela conta ainda que a equipe soviética chegou ao Brasil após enfrentar um navio preso no gelo do Mar Báltico “O grupo deixou a URSS com roupas para trabalhar no meio da mata, já que não sabia que Araxá possuía um dos hotéis mais luxuosos da América Latina”, relata.
A ideia do livro surgiu após uma visita técnica realizada em 2022. “Queríamos dar ao hotel uma narrativa jornalística, mostrando seus bastidores, suas fases e suas camadas políticas, sem idealização. Trata-se de um patrimônio vivo, que atravessa oito décadas de cultura, sociabilidade e poder no Brasil”, afirma Mariana.
A obra foi viabilizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig e apoio do Estado de Minas, Gontijo, Grande Hotel Termas de Araxá, DUO Cultural e Governo de Minas Gerais. A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) também patrocina o lançamento.




