O turismo esportivo vive um momento de forte expansão no Brasil e já se coloca entre os vetores mais relevantes do setor de viagens em 2025. Impulsionado por grandes eventos, pela renovação do perfil dos viajantes e pelo desejo crescente de vivenciar experiências ao vivo, o segmento movimenta visitantes de todas as regiões do país e do exterior, gerando impacto direto na economia local e fortalecendo a cadeia produtiva do turismo.
O Brasil, tradicional palco de competições esportivas, vai muito além da reconhecida paixão pelo futebol. Corridas de rua, torneios nacionais, campeonatos internacionais e eventos multiesportivos transformam cidades em polos de atração turística ao longo de todo o ano. Pesquisas recentes indicam que cerca de 40% dos viajantes entre 25 e 34 anos planejam viagens, domésticas ou internacionais, com o objetivo principal de acompanhar competições esportivas, o que reforça o peso do segmento entre as gerações mais jovens.
Eventos históricos e alcance internacional
A força do turismo esportivo brasileiro não é recente, mas segue em crescimento. Em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o país recebeu cerca de 6,6 milhões de turistas internacionais, marco que evidenciou a capacidade do Brasil de atrair visitantes por meio do esporte. Mais recentemente, em 2024, a Corrida de São Silvestre, em São Paulo, reuniu mais de 37 mil participantes, com corredores vindos de todos os estados brasileiros e de mais de 40 países, incluindo Estados Unidos, Colômbia, Bolívia e Alemanha.
Esses eventos não apenas ampliam o fluxo turístico, como também aumentam o tempo de permanência dos visitantes, estimulam o consumo local e fortalecem setores como hotelaria, alimentação, transporte e comércio.
Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, o segmento tem papel estratégico no desenvolvimento do país. “O turismo esportivo vai muito além da competição, ele ativa toda uma cadeia produtiva que beneficia desde o pequeno comerciante até a grande rede hoteleira. Quando atraímos um grande evento ou estruturamos roteiros para quem pratica esportes, estamos gerando emprego e renda na ponta. O Brasil tem uma vocação natural para o esporte e, ao unirmos isso à nossa hospitalidade, criamos um produto turístico imbatível, capaz de atrair visitantes o ano inteiro e impulsionar a economia das nossas cidades.”
Novas experiências e mudança de perfil
O crescimento do turismo esportivo também está diretamente ligado à transformação do perfil do viajante. Documentários e séries que mostram os bastidores de grandes competições têm atraído novos públicos, especialmente mulheres e jovens, que passam a se interessar por modalidades antes menos exploradas. Outro fenômeno relevante é a popularização dos esportes eletrônicos, que levam jogadores e fãs a viajarem para convenções, campeonatos e arenas especializadas, criando um novo fluxo de turistas conectados ao universo digital.
Além de assistir, o turista esportivo quer participar. Corridas de rua, provas de ciclismo, eventos de triatlo e esportes de raquete, como o tênis, ganham espaço nos roteiros de viagem. Entre os Millennials, cresce a tendência de planejar férias inteiras em torno da prática esportiva, buscando destinos com infraestrutura adequada e experiências integradas de lazer e bem-estar.
Impacto econômico e projeções
O impacto financeiro desse movimento já é perceptível. Dados da rede Hilton indicam que, entre 2019 e 2024, a receita oriunda do segmento esportivo triplicou, evidenciando a força e a maturidade desse mercado. O crescimento é liderado principalmente pelas gerações Millennial e Z, que enxergam no turismo esportivo uma forma autêntica de conexão com destinos e culturas.
Com isso, o turismo esportivo deixa de ser apenas uma opção de lazer e passa a ocupar posição estratégica no planejamento do setor, diversificando a oferta turística e fortalecendo destinos ao longo de todo o ano.
Rota dos Estádios fortalece integração regional
Para coroar esse momento de alta, a América do Sul lançou recentemente a Rota dos Estádios, iniciativa dedicada exclusivamente ao futebol, conectando Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Liderada pelo Ministério do Turismo em parceria com o Ministério do Esporte e alinhada à marca Visit South America, a rota busca ampliar o fluxo de viajantes internacionais e estimular a cooperação regional.
O roteiro reúne estádios icônicos com valor histórico e turístico, como o Maracanã e a Neo Química Arena, no Brasil; La Bombonera e Más Monumental, na Argentina; e o Estádio Centenario, no Uruguai.

