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Sardenha impõe reservas e limite diário de turistas em praias a partir de 2025

A temporada de verão 2025 na Sardenha, Itália, será marcada por regras mais rígidas para visitantes que desejam conhecer suas praias mais emblemáticas. Para proteger o meio ambiente e conter os impactos do excesso de turistas, o governo local ampliou as restrições de acesso, que incluem desde limite diário de visitantes até multas que chegam a 3,5 mil euros.

A novidade deste ano é a exigência de reserva por meio de aplicativo para acessar algumas praias, como a Tuerredda, no sul da ilha. Em formato de meia-lua e conhecida por suas águas cristalinas, a praia já contava com um limite diário de 1,1 mil pessoas desde 2020. Agora, os visitantes terão que garantir sua vaga digitalmente, com o sistema previsto para entrar em operação até julho.

A medida busca reduzir a pressão sobre a infraestrutura e os recursos naturais da ilha, cujo litoral está entre os mais preservados e procurados da Europa. No entanto, a popularidade tem gerado superlotação e comportamentos inadequados por parte de alguns turistas — o que forçou a adoção de normas mais severas em diversas regiões da Sardenha.

Controle e conscientização

No arquipélago de La Maddalena, ao norte, praias como Cala Coticcio e Cala Brigantina só podem ser acessadas mediante agendamento com guia local e pagamento de taxa, que no ano passado foi de 3 euros por pessoa. A visitação foi limitada a apenas 60 pessoas por dia durante o verão de 2024, número que ainda não foi confirmado para este ano, mas que deverá seguir parâmetros similares.

Outros destinos adotaram estratégias semelhantes, como as praias de Cala Brandinchi e Lu Impostu, que entre 1º de junho e 30 de setembro terão capacidade máxima de 1,5 mil e 3,3 mil pessoas por dia, respectivamente. As reservas devem ser feitas pelo aplicativo San Teodoro ou por site específico.

Já em Cala Mariolu, o limite será de 700 visitantes por dia entre junho e início de novembro. No município de Villasimius, no sudeste da ilha, o acesso a praias como Punta Molentis, Riu Trottu e Portu Sa Ruxi envolve pagamento de estacionamento de 10 euros por carro, mais 1 euro por passageiro. Pedestres e ciclistas também pagam uma taxa de 3 euros.

Regras inusitadas e multas pesadas

Na icônica Spiaggia Rosa, localizada na ilha de Budelli, o acesso à areia é proibido há décadas. A praia ficou famosa por sua coloração rosada, causada por fragmentos de corais e conchas. No entanto, a retirada de areia por turistas levou à interdição total: hoje, é permitido apenas observar a paisagem do mar, a bordo de embarcações. Quem for flagrado pisando na areia pode pagar multa de 500 euros, e o furto de areia pode custar até 3,5 mil euros.

Outra praia de Sardenha que tem chamado atenção pelas regras peculiares é a La Pelosa, em Stintino, na costa oeste. Lá, o uso de toalhas de praia comuns é proibido. Para proteger a areia fina e evitar sua dispersão, os visitantes devem utilizar esteiras ou tapetes especiais. O limite de visitantes é de 1,5 mil por dia, com ingressos a 3,50 euros.

Já no leste da ilha, na região de Ogliastra, praias como Cala Birìala e Cala dei Gabbiani também operam com limite de 300 pessoas por dia. A visitação é cronometrada: quem chega de barco pode permanecer por no máximo 90 minutos em Cala Birìala e duas horas em Cala dei Gabbiani.

Reflexo global do combate ao overtourism

A Sardenha segue uma tendência cada vez mais adotada por destinos turísticos europeus para mitigar os impactos do overtourism — termo que descreve o turismo excessivo em áreas com pouca capacidade de absorção de visitantes.

Na Itália, outras regiões já implementaram medidas similares. Veneza, por exemplo, passou a exigir reserva antecipada e o pagamento de taxa para visitação. Em Portofino, no litoral da Ligúria, quem permanecer muito tempo parado em locais movimentados pode ser multado em até 270 euros.

Para os viajantes, as novas regras exigem planejamento prévio e maior responsabilidade ambiental. Já para o trade turístico, as restrições representam tanto um desafio quanto uma oportunidade de reposicionar o destino como um exemplo de sustentabilidade e preservação.

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