O Brasil alcançou um marco histórico no setor de turismo de negócios. Com crescimento de 50% na realização de eventos internacionais em 2024 em relação a 2023, o país passou a figurar entre os 15 principais destinos do mundo no ranking da International Congress and Convention Association (ICCA), edição 2024. O desempenho consolida o Brasil como líder absoluto na América Latina e Caribe, sendo o único representante da região no Top 20 global e o terceiro colocado nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá.
Segundo a ICCA, o Brasil registrou 234 eventos de perfil internacional no período avaliado, superando em 17% a meta estipulada para o ano. O resultado foi divulgado durante a IMEX Frankfurt, uma das principais feiras mundiais voltadas ao setor MICE (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions).
A União Nacional de CVBs e Entidades de Destinos (Unedestinos) avalia que esse crescimento reflete a maior visibilidade do Brasil no cenário global de eventos corporativos. Para Toni Sando, presidente da Unedestinos, o trabalho conjunto entre a Embratur e as organizações de Visitors e de Conventions Bureaus foi decisivo para esse avanço.
“Essa integração tem fortalecido a imagem do Brasil como um país preparado para sediar eventos de todas as escalas. Estamos trabalhando com foco em identificar oportunidades que se alinhem aos setores econômicos e ao conhecimento local de cada região. Isso gera impacto positivo em inovação, qualificação de mão de obra e desenvolvimento sustentável nas cidades-sede”, afirma Sando.
As recentes restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, como tarifas, políticas fronteiriças e limitações de entrada, representam uma janela de oportunidade para o Brasil ampliar sua presença entre os destinos internacionais mais procurados para eventos. “É o momento de fortalecer nossas vantagens competitivas e direcionar esforços para congressos que dialoguem com as vocações econômicas e acadêmicas dos nossos destinos”, reforçao presidente da Unedestinos.
Regionalização
Além do crescimento absoluto, o Brasil também registrou avanço significativo na descentralização dos eventos. O número de cidades-sede passou de 26, em 2023, para 42, em 2024, um aumento de 61,5%.
Entre os destaques, o Rio de Janeiro consolidou-se como o principal destino não-capital nacional da América Latina e passou a ocupar a segunda colocação nas Américas, atrás de Montreal, no Canadá. Foz do Iguaçu, no Paraná, apresentou crescimento superior a 150% no número de eventos, refletindo o fortalecimento de destinos fora do eixo tradicional.
São Paulo, que liderava o ranking nacional em edições anteriores, ficou com a segunda posição entre as cidades brasileiras, mantendo sua relevância como polo nacional de eventos. Brasília e Campinas completam a lista das cinco cidades brasileiras mais bem posicionadas.
“A atuação coordenada e profissionalizada dos Visitors e Conventions Bureaus em diferentes regiões do país tem mostrado que é possível ampliar a competitividade sem concentrar os investimentos em poucos centros. O Brasil tem demonstrado potencial para acolher eventos em diversas cidades, respeitando as vocações regionais e ampliando os benefícios para a economia local”, complementa Sando.