Integração com a cultura e com as políticas públicas. A mensagem do painel de Ecoturismo no Mundo, realizada durante o segundo dia do Seminário Internacional Inspira Ecoturismo em Bonito (MS), ficou muito clara.
O painel foi composto por Milagros Ochoa, diretora da Promperú no Brasil, Gustavo Alvarado, ministro do Turismo da Costa Rica, e Jorge Moller, diretor do Global Sustainable Tourism Council e falando pelo Chile, mediados por Bruno Wendling, presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS).
“Os pontos de convergência nestes casos do painel são o planejamento, a integração com a comunidade, a capacidade de implementação, além de reflexões que precisamos fazer para realizar uma mudança estrutural no turismo”, disse Bruno Wendling.
Peru: políticas públicas e cultura local
Milagros Ochoa destacou as décadas de trabalho do Peru para integrar o turismo em políticas públicas, além de lembrar que Lima foi o primeiro destino carbono neutro no mundo, evidenciando as medidas adotadas pelo país.
“Temos falado de sustentabilidade no turismo há mais de 20 anos porque o turismo aqui é política pública, sendo parte do nosso planejamento nacional. Além disso, a identidade local de cada região precisa ser resgatada e estar inserida na promoção”, apontou a executiva.
Costa Rica: menos é mais
Já o Ministro de Turismo da Costa Rica foi categórico e colocou a preservação acima dos negócios, destacando o objetivo de tornar o destino ainda mais reconhecido internacionalmente pelas políticas ambientais.
“Muitos se confundem e pensam que o turismo é apenas um negócio e que o melhor ministro é quem traz mais pessoas para o destino. Precisamos deixar claro que fazemos o planejamento para o futuro e colocamos o meio ambiente em primeiro lugar para respeitar a natureza e os recursos naturais do país, integrando toda a população no processo”, disse Gustavo Alvarado.
Chile: patrimônio humano
Jorge Moller também reforçou a necessidade de integrar a comunidade nas políticas locais de turismo. O executivo ressaltou casos em que a promoção em massa dos destinos, como a Ilha de Páscoa (chamada agora de Rapa Nui) pode afetar diretamente a população e a preservação local, destacando a necessidade de uma fiscalização ativa e de integrar um processo de “regeneração”.
“Não queremos mais turistas, queremos um turismo melhor, realizando processos transformadores para regenerar nosso planeta, em prol das futuras gerações”, disse o executivo.
“A conectividade com voos que é importante para o ecoturismo, permitindo que as pessoas cheguem ao destino, sendo um dos pilares de desenvolvimento, junto com o incentivo para que os viajantes do próprio país viagem por seu território. O melhor mercado que pode se ter é o interno”, salientou Moller.
O Brasilturis Jornal viajou a convite do Fundtur-MS com proteção Affinity Seguro Viagem
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