O Índice de Confiança do Empresário Industrial Fluminense (ICEI-RJ) atingiu em junho o maior patamar registrado este ano (58,8 pontos), mas recuou para 55,6 em julho. A retração – que ainda assim, indica a manutenção das perspectivas otimistas dos empresários – foi influenciada pelo contexto inflacionário, alta de juros e desaceleração econômica mundial, que continua impactando no fornecimento e no custo das matérias-primas. A análise é da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A perspectiva para os próximos seis meses se mantém no campo otimista, segundo o Índice de Expectativas, que assinalou 59,5 em julho, permanecendo acima da média do ano (58,7). O otimismo para o segundo semestre se deve, em especial, pela situação das próprias empresas, que registrou 62,2 pontos em julho. As expectativas quanto à economia brasileira (54,6 pontos) e em relação ao estado (53,3 pontos) também permanecem otimistas, apesar de leve redução na passagem do mês.

Já o Índice de Condições Atuais retornou ao campo pessimista (47.7), após indicar otimismo no mês anterior. Este quadro foi influenciado pela piora na avaliação da economia brasileira, que recuou 6,8 pontos de um mês para o outro. O nível de confiança em relação ao estado (44,7) segue abaixo da linha divisória dos 50,0 pontos pelo décimo primeiro mês consecutivo. Já a percepção quanto às condições das empresas retornou ao campo pessimista após três meses de confiança em alta.

Escassez e alto custo de matéria-prima são o principal problema

Pelo oitavo mês consecutivo, a falta e, consequentemente, o aumento do custo das matérias-primas são o principal problema enfrentado pela indústria fluminense — superando, inclusive, a elevada carga tributária, historicamente apontada como maior entrave no desenvolvimento. Os dados constam da Sondagem Industrial Regional fluminense do 2º trimestre de 2022, produzida pela Firjan.

Diante desses desafios, a produção industrial fluminense voltou a cair em junho, após relativa estabilidade. O Volume de Produção da Sondagem Industrial do estado passou de 50,5 pontos em maio para 47,7 pontos em junho – valores acima de 50 indicam aumento, e abaixo de 50 refletem queda da produção. Este movimento foi influenciado, em especial, pelo recuo na produção das empresas de pequeno e médio porte, enquanto as grandes empresas se mantiveram estáveis.

Nesse contexto, o indicador de número de empregados seguiu abaixo da linha dos 50 pontos pelo oitavo mês seguido, assinalando 49 pontos no trimestre. A despeito da redução no volume de produção, a utilização da capacidade instalada dos industriais fluminenses voltou a crescer no encerramento do segundo trimestre (67%). Este resultado é superior ao observado no mesmo mês de 2021 (65%). Além disso, o nível de estoques finais das empresas de todos os portes ficou abaixo do planejado pelos empresários principalmente por conta das dificuldades com insumos e da crise que impacta a cadeia industrial mundial.


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