Localizado a apenas 800 metros da Praça Jemaa el-Fna, o hotel La Mamounia ocupa 13 hectares nesta que foi uma das quatro capitais reais do Marrocos. E está completando 100 anos de abertura em 2023. Mas a história que coloca o La Mamounia em uma posição única na hotelaria começa muito antes.
Na área que pertencia ao primeiro califa da dinastia dos Almóadas no século 12, foram os jardins desenhados pelo sultão alauíta Mohammed Ben Abdellah no século 18 como presente de casamento para seu filho, o príncipe Al Mamoun, que dariam origem – e também o nome – ao hotel. Hoje, a alma do La Mamounia, esses jardins históricos e bem preservados (são 70 funcionários exclusivos para sua manutenção) que foram palco de grandes festas reais são descobertos pelos hóspedes, seja durante a corrida matinal ou ao visitar a academia, as quadras de tênis ou o restaurante marroquino, todos distribuídos pelos jardins de oito hectares.
O projeto do hotel, cuja construção começou nos anos 1920, foi uma iniciativa da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro, empresa estatal que até hoje é acionista majoritária do La Mamounia. E foi durante a concepção do hotel que começou uma longa e consistente história com arquitetos, artistas e designers franceses, representantes máximos da sofisticação há séculos. Dos anos 1920 de Henri Prost e Antoine Marchisio aos anos 2020 da dupla Patrick Jouin e Sanjit Manku, o La Mamounia passou por grandes reformas assinadas por Jacques Majorelle nos anos 1940 – sua casa e jardim são passeios imperdíveis em Marrakech –, por André Paccard no final dos anos 1980, por Alberto Pinto no final dos anos 1990 e por Jacques Garcia entre 2006 e 2009.
Foram muitas as ampliações, mudanças e reposicionamentos. Hoje, o La Mamounia possui 135 quartos – a partir de 28 metros quadrados –, 65 suítes, 6 suítes excepcionais e 3 riads, as vilas típicas marroquinas, fechadas para o exterior e construídas em torno de um pátio central, com 700 metros quadrados, piscina privativa e três quartos cada uma. Grande parte das acomodações possui terraços com vista para os jardins, as montanhas nevadas da Cordilheira do Atlas ou o minarete de Koutoubia. Todos os quartos são decorados com artes tradicionais marroquinas, como mosaicos zellige, madeira entalhada e pintada tazouaqt, ornamentação em estuque, além de mármores, veludos, flores frescas e camas king-size.
O hotel está em constante aprimoramento, pensando no futuro e na concorrência que não para de aumentar em Marrakech. “Além do passado prestigioso, da localização imbatível no coração de Marrakech e da primeira fase de renovação assinada pelo renomado escritório Jouin Manku, o La Mamounia está passando por uma renovação dos espaços públicos que será inaugurada durante as festividades do centenário, em outubro de 2023”, anuncia Pierre Jochem, diretor-geral do hotel. “Nosso desafio é manter a autenticidade da herança do hotel ao mesmo tempo em que atendemos às necessidades e expectativas de uma clientela mais jovem. Em termos de sustentabilidade, por exemplo, temos o projeto de um sistema de tratamento de águas residuais que tornará o La Mamounia autossuficiente na irrigação dos jardins”, complementa.
Seja com uma atmosfera contemporânea ou em estilo tradicional, a mesma autenticidade é encontrada em todo o hotel, seja no spa/hammam no subsolo, que oferece produtos da marca Augustinus Bader, médico conhecido pela medicina regenerativa e pesquisa com células-tronco, seja nos quatro restaurantes de diferentes especialidades – comida asiática, italiana e marroquina, além do pavilhão da piscina que serve café da manhã e brunch ao ar livre. A mesma atenção ao design também está presente nos quatro bares, nos dois salões de chá, na L’Oenothèque, a adega que se abre para jantares privados harmonizados, ou no cinema com capacidade para 20 pessoas, onde os hóspedes podem assistir a filmes clássicos acompanhados de pipoca assinada pelo famoso chef-pâtissier Pierre Hermé.
Além de Hermé, responsável por toda a confeitaria do hotel, incluindo o cardápio dos dois salões de chá – um no prédio principal e o outro no pavilhão Menzeh, a primeira e histórica construção do La Mamounia, no meio do jardim e com mesas ao ar livre -, outro grande nome da gastronomia francesa criou os cardápios de dois dos três restaurantes do hotel: o chef Jean-Georges Vongerichten. O L’Asiatique traz especialidades do Extremo Oriente, como curries, dim sum, samosas, cha ca la vong, pad thai, sushi e tempura, para o elegante bairro de Hivernage, onde o La Mamounia está localizado. Já o L’Italien par Jean-Georges propõe uma trattoria sofisticada com bar, forno a lenha para pizza aberto para o salão, massas, risotos e pratos clássicos da culinária italiana, como ossobuco de vitela, berinjela alla milanese, peixes e carnes assados.
Para drinques a qualquer hora do dia ou da noite, há várias opções e atmosferas. Dois bares abrem o dia todo a partir das 11h: o Bar de la Piscine, ao lado da imensa piscina do hotel, e o Majorelle, que serve aperitivos e drinques em um ambiente aconchegante com sofás de veludo azul petróleo e estantes com plantas, lembrando o jardim de Marrakech criado por Jacques Majorelle. O Churchill Bar, em estilo inglês, é uma homenagem a Winston Churchill, que se hospedou várias vezes no hotel e deu o nome ao quarto que ocupa, com a mesma decoração de quando ele era visitante ilustre. Já o Bar Italien serve coquetéis de assinatura em um ambiente mais descontraído.
O centenário do La Mamounia será comemorado durante todo o ano de 2023, com eventos e celebrações especiais, incluindo exposições, festas temáticas e um livro de arte que conta a história do hotel. É uma oportunidade única de vivenciar o luxo, a elegância e a tradição deste icônico hotel em Marrakech.
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