Certa vez, ao proferir uma palestra sobre Operações Turísticas e descrevendo a maratona diária de uma organização especializada nesta atividade específica, me peguei contando sobre a última coisa que fazia, no final do dia, para a equipe responsável pelas operações emissivas em curso, antes de fechar as portas da empresa e de regressar para suas casas.
Frente a uma plateia visivelmente curiosa, em voz baixa, confessei: “… e, antes de deixarem o recinto da empresa, todos os integrantes da área de operações se dirigem até o ‘quarto-secreto’, que todas as organizações de viagens e de turismo possuem em suas instalações, agentes e operadores e, neste especial cômodo, pouco iluminado, todos se ajoelham frente a um altar com a imagem do seu Santo e, juntos, rezam: Santo Protetor, faça com que os serviços receptivos funcionem de acordo com aquilo que foi solicitado e que os nossos passageiros não sejam esquecidos ou não atendidos nos terminais e aeroportos; faça com que todos os voos e outros meios de transporte previstos não sejam cancelados ou venham a sofrer qualquer tipo de atraso; faça com que todos os traslados sejam respeitados nos horários pré-estabelecidos; faça com que as reservas de hotéis por nós confirmadas sejam todas honradas; faça com que os check-ins e check-outs sejam suaves e tranquilos; faça com que todos os passeios e todas as visitas sejam de boa qualidade e bem apreciados; que o tempo esteja bom e sem chuva; que os guias sejam simpáticos e competentes; que não haja greves, tumultos ou outros contratempos; enfim, Santo Protetor dos profissionais de Viagens e de Turismo, faça com que tudo dê certo, sem imprevistos, acidentes ou problemas de qualquer natureza, e que os nossos clientes regressem com boa saúde, satisfeitos e felizes com os nossos serviços e que sempre venham a recomendar o nosso trabalho e a nossa empresa junto aos seus parentes e amigos. Amém”.
Ao final da minha fala, recebi uma deliciosa gargalhada acompanhada de uma gostosa salva de palmas!
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