Com o avanço global do trabalho remoto, uma tendência tem se destacado como uma alternativa inovadora para equilibrar a vida profissional com momentos de lazer em diferentes partes do mundo: o “workation”.

Essa combinação de “work” (trabalho) e “vacation” (férias) permite que profissionais realizem suas tarefas laborais de forma remota enquanto exploram novos destinos e culturas, adaptando suas jornadas de trabalho aos fusos horários locais.

A essência do modelo reside na liberdade geográfica e na flexibilidade temporal que oferece aos profissionais. Ao contrário do teletrabalho convencional, que muitas vezes requer que os funcionários permaneçam em suas cidades de origem, esse acordo de trabalho possibilita que eles trabalhem de qualquer lugar do planeta.

Desde praias exóticas na Tailândia até metrópoles vibrantes como Barcelona, os profissionais têm a oportunidade de escolher onde desejam estabelecer sua “sala de escritório temporária”.

A Adoção do Workation por empresas

Algumas grandes empresas, como a Google Brasil e a CI&T, empresa de inteligência artificial, têm liderado a adoção do workation como parte de suas políticas de benefícios. Oferecendo períodos que variam de 30 a 90 dias, essas organizações permitem que seus colaboradores não apenas trabalhem remotamente, mas também enriqueçam suas experiências pessoais ao explorar novos destinos sem interromper suas atividades profissionais.

Turismo que agrada empresas e profissionais

Para os profissionais, o benefício representa não apenas uma oportunidade de explorar o mundo, mas também uma forma de aumentar a motivação e a produtividade. A possibilidade de combinar trabalho e lazer de forma equilibrada, promove uma melhor qualidade de vida e contribui para o enriquecimento cultural e pessoal dos indivíduos.

Do ponto de vista das empresas, oferecer o workation pode ser uma estratégia eficaz para atrair e reter talentos, especialmente entre as novas gerações que valorizam a flexibilidade e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Além disso, essa prática pode resultar em redução de custos operacionais relacionados a espaços físicos de trabalho e infraestrutura.

O que muda no turismo com a Workation?

Relembrando as adaptações no turismo que ocorreram após a pandemia; período no qual o home office se popularizou e hotéis, pousadas e casas de aluguel precisaram se adaptar para receber pessoas que não estavam de férias, com essa tendência, as mudanças devem voltar à tona.

A infraestrutura é a primeira procura diferente dos turistas em workation: acomodações de longo prazo, como apartamentos mobiliados, casas de temporada e até mesmo hotéis adaptados para estadias prolongadas, cresce e incentiva o setor adaptar suas ofertas. Comodidades como Wi-Fi rápido, espaços de trabalho dedicados e áreas comuns que facilitam a interação social e networking entre os hóspedes, passam a ser exigências.

Destinos menos tradicionais podem se beneficiar

Antes restrito aos tradicionais destinos turísticos, o modelo de trabalho está levando os viajantes a explorar novas localidades. Cidades menores, áreas rurais e destinos exóticos que geralmente não eram considerados para estadias prolongadas agora estão se beneficiando do influxo de turistas que combinam trabalho e lazer. Isso diversifica a oferta turística e distribui melhor os benefícios econômicos do turismo.

Enquanto turistas convencionais geralmente visitam um destino por uma ou duas semanas, os workationers tendem a ficar muito mais tempo, às vezes meses. Isso não só aumenta o tempo de gastos dos turistas em uma região, mas também promove uma integração mais profunda na comunidade local.

Os viajantes se envolvem mais com a cultura local, frequentam mercados locais, participam de eventos e contribuem para a economia local de maneira mais consistente.

Contratação de serviços diversificados

Destinos que combinem com as necessidades desses viajantes desfrutarão de um impacto mais prolongado e abrangente na economia local. Visto que, em um longo período de estadia, há uma necessidade mais clara de contrata contratar serviços locais, como guias turísticos, aulas de idiomas, serviços de alimentação e transporte, como aluguel de carro mensal, por exemplo.

Tal comportamento ajuda a fortalecer setores econômicos que, de outra forma, poderiam estar menos desenvolvidos em áreas não tradicionais de turismo. Tais mudanças positivas devem incentivar empresas no nicho a acolher e estimular visitas de longa duração.