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Reservas aéreas entre Canadá e EUA despencam mais de 70% para o verão

Dados da OAG apontam forte queda nas reservas entre Canadá e EUA, impulsionada por tensões políticas e desvalorização do dólar canadense

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Companhias aéreas ajustam malha diante da demanda reduzida, enquanto cruzeiros buscam atrair canadenses com promoções em moeda local. - Foto: sebastiaan stam / Unsplash

As reservas antecipadas de voos entre Canadá e Estados Unidos despencaram mais de 70% para a temporada de verão, segundo análise da empresa de dados de aviação OAG.

“As reservas futuras de voos entre Canadá e EUA entraram em colapso”, escreveu John Grant, analista sênior da OAG, em uma publicação de blog na quarta-feira. “Utilizando dados de reservas futuras de um grande fornecedor de GDS, comparamos o total de reservas registradas neste momento no ano passado com as registradas nesta semana para a próxima temporada de verão. A queda é impressionante – as reservas diminuíram mais de 70% em todos os meses até o final de setembro.”

A crise no mercado aéreo entre EUA e Canadá ocorre em meio à guerra comercial iniciada pelo presidente Trump e às declarações dele sobre querer transformar o Canadá no 51º estado dos EUA, o que irritou grande parte do público canadense.

Para abril, os viajantes possuem menos de 300 mil reservas antecipadas entre Canadá e EUA, uma queda de mais de 75% em relação ao ano anterior, segundo a OAG. De maio a setembro, a redução varia entre 71,4% e 72,2%.

Promoção de cruzeiros busca compensar fraqueza do dólar canadense

O mercado também tem sido prejudicado pelo dólar canadense desvalorizado. A Oceania Cruises lançou uma promoção limitada permitindo que os canadenses reservem cruzeiros em dólares canadenses sem precisar considerar a taxa de câmbio.

A oferta permite que residentes do Canadá reservem uma seleção limitada de cruzeiros até 31 de maio utilizando dólares canadenses em paridade com o dólar americano, o que representa um desconto em mais de 60 roteiros para 2025 e 2026. Em 26 de março, 100 dólares canadenses equivaliam a 70 dólares americanos.

Os itinerários da Oceania incluídos na promoção abrangem diversos destinos. Um dos cruzeiros, por exemplo, tem 16 dias de duração e navega de Reykjavik, na Islândia, para Montreal, no Canadá. Outro faz um percurso de 12 dias entre Atenas, na Grécia, e Roma, na Itália. Há ainda uma viagem de 18 dias no Pacífico Sul, da Polinésia Francesa até Auckland, na Nova Zelândia, além de um roteiro de 20 dias para a Antártica.

Ajustes nas rotas aéreas entre Canadá e EUA

Até o momento, as companhias aéreas fizeram apenas ajustes modestos na malha aérea, apesar da queda acentuada na demanda.

Entre 3 e 24 de março, as empresas retiraram mais de 320 mil assentos de ida do mercado EUA-Canadá para o período entre abril e outubro. Embora pareça um número alto, a redução representa apenas 2,6%. Os cortes mais significativos ocorreram para julho e agosto, com queda de 3,5%.

Algumas das rotas suspensas recentemente, segundo a consultoria Ailevon Pacific, incluem a rota Vancouver-Washington Dulles da Air Canada, Los Angeles-Toronto da United e diversas rotas da WestJet, como LaGuardia-Calgary, Orlando-Edmonton, Orlando-Winnipeg, Palm Springs-Winnipeg e San Francisco-Vancouver.

Grant afirmou em uma entrevista recente que, tão próximo do verão, é difícil para as companhias aéreas reorganizarem rotas que já estão à venda. “E talvez um ponto ainda mais importante seja: para onde mais elas enviariam essas aeronaves?”, disse ele.

Em seu blog na quarta-feira, Grant mencionou que a WestJet parece estar realocando parte da capacidade cancelada nos EUA para a Europa, tendo adicionado 114 voos para o continente nas últimas semanas.

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