O Brasil alcançou um novo patamar no turismo de negócios. Com crescimento de 50% na realização de eventos internacionais em 2024, o país passou a integrar o grupo dos 15 principais destinos do mundo no ranking da International Congress and Convention Association (ICCA), mantendo-se como líder na América Latina.
O levantamento da ICCA revela que o Brasil segue como o único representante latino-americano no Top 15 global, ocupando a 3ª posição nas Américas — atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá — e a 20ª no mundo. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 20 de maio, durante a IMEX Frankfurt, uma das principais feiras internacionais do segmento Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions (MICE).
Com 234 eventos com perfil ICCA registrados, o país superou em 17% a meta estipulada para o ano. Segundo a Embratur, o avanço é resultado de uma estratégia coordenada com destinos brasileiros, Convention & Visitors Bureaux (CVBx), secretarias de Turismo, centros de eventos, hotéis e operadores locais.
Para Marcelo Freixo, presidente da Embratur, o resultado representa um avanço estratégico. “Conquistar esta posição no ranking global da ICCA é mais do que um reconhecimento: é um passo estratégico para que o Brasil se firme como um destino de relevância mundial no segmento MICE. Esse resultado é fruto de um esforço coordenado entre Embratur, os Conventions & Visitors Bureaux, governos locais, setor privado e parceiros, que atuam com planejamento para posicionar o Brasil nesse novo patamar”, continua.
Freixo também destaca o impacto desse desempenho na atração de eventos internacionais alinhados às vocações econômicas regionais. “O protagonismo do Brasil no ranking permite uma atuação mais assertiva na prospecção de eventos, gerando legados em inovação, qualificação e desenvolvimento sustentável para as cidades-sede”, acrescenta o presidente da agência, que lançou Plano Brasis para reposicionar País no turismo internacional.
Cintia Hayashi, coordenadora da estratégia de eventos internacionais na Embratur, ressalta o trabalho contínuo de validação das informações. “Na Embratur, atuamos de forma minuciosa para mapear, validar e registrar cada evento junto à ICCA. Isso exige pesquisa contínua, articulação com parceiros estratégicos e alianças com bancos de dados nacionais e internacionais. Cada evento reconhecido representa um esforço coordenado que valoriza a indústria brasileira de eventos e comprova a capacidade técnica do Brasil em sediar congressos com excelência”, declara.
Para Toni Sando, presidente da União Nacional de CVBs e Entidades de Destinos (Unedestinos), o resultado é reflexo da articulação entre entidades e o setor público. “A gestão atual da Embratur tem sido fundamental nesse processo de integração e valorização do segmento MICE. Estar entre os líderes globais é um reconhecimento do caminho que trilhamos, e já trabalhamos para, no próximo ano, avançar ainda mais”, afirma.
Destinos brasileiros ampliam participação
O país também apresentou crescimento expressivo na distribuição regional dos eventos. Em 2024, 42 cidades brasileiras sediaram eventos internacionais, frente a 26 no ano anterior — um aumento de 61,5%.
Entre os destaques, o Rio de Janeiro se consolida como o principal destino latino-americano não capital para congressos, além de ocupar a 2ª posição nas Américas, atrás de Montreal, no Canadá. Foz do Iguaçu, no Paraná, teve um crescimento superior a 150% no número de eventos. São Paulo, que liderava o ranking nacional em edições anteriores, ocupa agora a 2ª colocação entre as cidades brasileiras, mantendo-se como um dos principais polos do turismo de negócios.
As cinco cidades brasileiras mais bem colocadas no ranking ICCA 2024 são: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Foz do Iguaçu (PR), Brasília (DF) e Campinas (SP).
“O bom posicionamento no ranking da ICCA funciona como um selo de competência, abrindo portas para a prospecção de congressos promovidos por mais de 11,5 mil associações internacionais. Com isso, o Brasil entra no radar de curto, médio e longo prazo de tomadores de decisão que buscam destinos com excelência em hospitalidade, conectividade e entrega de valor”, observa Freixo.
Impactos econômicos e legado
O turismo de negócios exerce efeito multiplicador relevante na economia local. Participantes de eventos corporativos e associativos têm gasto médio até três vezes superior ao de visitantes de lazer, o que gera impactos em diversos setores da cadeia produtiva. Além disso, a preparação das cidades para sediar esses eventos impulsiona investimentos em infraestrutura, qualificação e modernização de serviços.
Brasil apresenta estratégia MICE na IMEX Frankfurt
A atuação da Embratur na promoção internacional do segmento MICE foi apresentada durante a IMEX Frankfurt 2025. A Agência tem firmado parcerias com entidades nacionais como Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil), Associação de Marketing Promocional (Ampro), Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) e a própria Unedestinos. A estratégia visa consolidar o Brasil como um hub para eventos globais, com base na diversidade de destinos, infraestrutura e capacidade organizacional.