O Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), prepara a segunda edição do Jardim Sonoro, festival que reúne música, arte contemporânea e natureza. Após uma estreia bem-sucedida em 2024, o evento retorna nos dias 11, 12 e 13 de julho com uma proposta curatorial que coloca a voz no centro do debate artístico — não apenas como sonoridade, mas como manifestação política, poética e identitária.
Com entrada gratuita para os visitantes do museu (mediante compra do ingresso de acesso ao parque), o festival promete uma experiência sensorial imersiva ao explorar a voz como canto, ativismo e expressão ancestral. A curadoria, assinada por Júlia Rebouças e Marilia Loureiro, busca destacar artistas que vocalizam narrativas urgentes e plurais. “Trouxemos vozes que estão presentes no campo da música e da arte e conectadas com a nossa programação do ano”, explica Júlia. “Estamos falando de uma pesquisa em torno da voz e o dizer do canto, que pode existir de muitas maneiras.”
A edição deste ano inova também ao ocupar dois novos espaços: o Palco Desert Park, montado nas proximidades da obra homônima de Dominique Gonzalez-Foerster, e o Palco Piscina, instalado junto à obra de Jorge Macchi. Essas áreas, até então nunca utilizadas para apresentações musicais, reforçam a proposta do Jardim Sonoro de criar interações únicas entre público, arte e natureza.
A programação abre na sexta-feira (11) com a apresentação ritualística da cantora indígena Djuena Tikuna, representando os saberes ancestrais do Alto Solimões. No sábado (12), Luiza Brina estreia o palco com seu disco “Prece”, seguida por Mônica Salmaso e pela premiada norte-americana Cécile McLorin Salvant, que apresenta um show intimista de voz e piano. No domingo (13), sobem ao palco Josyara, Tetê Espíndola, o Ilê Aiyê e Brisa Flow — cada uma trazendo suas raízes e visões singulares da voz enquanto ferramenta de resistência e criação.
“A descentralização dos palcos proporciona um novo percurso físico e afetivo ao visitante”, completa Júlia Rebouças. Com isso, o Jardim Sonoro 2025 se consolida como uma iniciativa que transcende o entretenimento, propondo ao público uma vivência artística que reverbera a potência da voz em múltiplas formas, em consonância com a missão do Inhotim de estimular o diálogo entre arte, educação e natureza.