O setor aéreo voltou a ser impactado por tensões geopolíticas nesta sexta-feira (13), após Israel lançar ataques contra alvos no Irã. A operação provocou o fechamento dos espaços aéreos de Israel, Irã e Iraque, levando companhias aéreas internacionais a cancelar ou redirecionar dezenas de voos comerciais na tentativa de garantir a segurança de passageiros e tripulantes.
Segundo dados do Flightradar24, companhias como Emirates, Lufthansa, Air India e flydubai realizaram desvios e suspensões de voos em rotas que cruzavam a região afetada. A El Al, principal companhia aérea de Israel, também suspendeu temporariamente todos os seus voos.
O Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, foi fechado até novo aviso, enquanto as unidades de defesa aérea de Israel permanecem em alerta diante da possibilidade de retaliações por parte do Irã. Do lado iraniano, a mídia estatal confirmou o fechamento do espaço aéreo nacional, também sem previsão de reabertura.
De acordo com a imprensa oficial, os ataques israelenses teriam atingido instalações nucleares, fábricas de mísseis balísticos e centros de comando militar no território iraniano. A ação é descrita como o início de uma operação prolongada para impedir que o Irã desenvolva armamento atômico.
A situação gerou consequências imediatas no tráfego aéreo internacional. O Iraque, que abriga um dos corredores aéreos mais movimentados entre a Ásia e a Europa, suspendeu todo o tráfego em seus aeroportos e fechou seu espaço aéreo, intensificando os impactos logísticos. Dados de rastreamento mostram que muitos voos estão sendo desviados para rotas alternativas via Ásia Central ou Arábia Saudita.
A flydubai informou que suspendeu temporariamente os voos com destino a Amã, Beirute, Damasco, Irã e Israel, e que outras operações foram canceladas ou redirecionadas. Um voo da Emirates entre Manchester e Dubai precisou pousar em Istambul, e outro da flydubai, que partiu de Belgrado, foi desviado para Yerevan, na Armênia.
“A situação ainda está em desenvolvimento — as operadoras devem ter um alto grau de cautela na região neste momento”, alertou o Safe Airspace, plataforma do grupo OPSGROUP, que monitora riscos em zonas de conflito para a aviação civil.
Desde outubro de 2023, quando se intensificou o conflito entre Israel e grupos palestinos, companhias aéreas têm enfrentado ameaças crescentes. O sobrevoo de drones e mísseis próximos a rotas comerciais reacendeu preocupações que marcam a memória do setor, como as quedas dos voos MH17 (Malásia, 2014) e PS752 (Irã, 2020).
A crescente militarização de áreas sensíveis compromete não apenas a segurança, mas também a eficiência operacional e a rentabilidade das companhias, que agora se veem obrigadas a reorganizar rotas globais em um cenário cada vez mais instável.