O Museu do Louvre, em Paris, fechou as portas nesta segunda-feira (16) após um protesto inesperado por parte dos seus funcionários. Em um ato considerado inédito em sua dinâmica diária, trabalhadores das áreas de atendimento, bilheteria, galeria e segurança se recusaram a assumir seus postos, alegando exaustão diante da superlotação e das condições precárias de trabalho.
“Não se trata apenas da arte, se trata das pessoas que a protegem”, afirmou Sarah Sefian, representante do sindicato CGT-Cultura, em entrevista à Associated Press. A paralisação aconteceu durante uma reunião de rotina e transformou-se, segundo Sefian, “numa manifestação generalizada de exasperação”.
O fechamento pegou os turistas de surpresa. Uma multidão se formou do lado de fora do museu, muitos com bilhetes em mãos, sem acesso às galerias. A sala da Mona Lisa, uma das mais visitadas do mundo, tem sido alvo de críticas constantes: cerca de 20 mil pessoas passam por ali diariamente, tornando a experiência caótica e insustentável a longo prazo.
Além da superlotação, os funcionários denunciam a falta de banheiros, áreas de descanso limitadas e o calor excessivo gerado pelo efeito estufa da pirâmide de vidro — fatores que dificultam o desempenho diário das equipes e afetam a qualidade da visita.
Em 2024, o Louvre recebeu 8,7 milhões de visitantes, mais que o dobro da capacidade projetada para a estrutura do museu. O limite diário recomendado é de 30 mil visitantes, número que já é considerado elevado pelos próprios funcionários.
O protesto ocorre poucos meses após o governo francês, liderado por Emmanuel Macron, anunciar um plano para revitalizar o museu. O projeto inclui melhorias na infraestrutura, controle de fluxo e modernização dos espaços, mas os trabalhadores cobram ações mais imediatas.