O setor de eventos no Brasil, incluído na categoria de “Outras Atividades de Serviços”, apresentou crescimento de 4,6% no Produto Interno Bruto (PIB) acumulado de quatro trimestres até o primeiro trimestre de 2025. O índice supera a média nacional de 3,5% para o mesmo período, segundo o mais recente boletim Radar Econômico da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), elaborado com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
De acordo com o levantamento, o segmento também teve um avanço significativo na geração de empregos formais. Em maio de 2025, o estoque de empregos no core business do setor — que inclui atividades como organização de eventos (exceto culturais e esportivos), recreação, espetáculos, ações culturais e produção de eventos esportivos — somava 332 mil postos de trabalho. Isso representa um crescimento de 74,6% em comparação com 2019, quando o total era de 190,2 mil vagas formais. No mesmo intervalo, a média nacional subiu 21,9%.
Dentro desse conjunto de atividades, a classificada como “Atividades de organização de eventos” (conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE) teve alta de 130,7% no número de empregos formais, passando de 47,3 mil em 2019 para 109 mil em maio deste ano.
O consumo no setor também registrou expansão. Em maio, a estimativa foi de R$ 11,6 bilhões. No acumulado entre janeiro e maio de 2025, o volume chegou a R$ 57,8 bilhões, o maior já registrado para o período desde o início da série histórica, em 2019, com crescimento de 3,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
Para Doreni Caramori Júnior, presidente da Abrape, o desempenho atual do setor é reflexo das políticas públicas implementadas no período pós-pandemia, em especial o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
“A geração de empregos e o crescimento acima da média são provas concretas de que políticas públicas como o PERSE não apenas funcionaram, mas foram decisivas para transformar um momento de crise em oportunidade. Agora, estamos diante de um setor mais forte, mais estruturado e com enorme potencial de expansão”, afirma.
O boletim Radar Econômico é elaborado com base em dados oficiais do IBGE, MTE e Receita Federal, utilizando metodologia própria desenvolvida por economistas especializados.