São Paulo (SP) – A Jeeves, fintech global de soluções financeiras, está cada vez mais próxima do setor de turismo no Brasil — e com ambições ousadas. Após lançar seu primeiro produto genuinamente desenvolvido no país, o VCN Card (Virtual Card Number), voltado à conciliação de despesas em viagens corporativas, a empresa acelera sua aproximação com agências, operadoras e consolidadoras. Para Gustavo Gorenstein, CEO da Jeeves no Brasil, a meta é clara: transformar a operação brasileira na maior da companhia globalmente e atuar como uma verdadeira extensão do departamento financeiro das empresas do trade.
“A gente quer ser visto como uma empresa que ajuda os negócios a funcionarem. Não só como um banco ou fornecedor de crédito, mas como um parceiro de fato”, afirma o executivo. Segundo ele, o VCN foi o primeiro produto da Jeeves criado no Brasil para depois ser exportado a outros mercados, como México e Estados Unidos, justamente porque o ecossistema bancário brasileiro é altamente avançado e fértil para inovação.
No turismo, a recepção tem sido animadora. Gorenstein revela que boa parte dos novos clientes da Jeeves são oriundos do setor e elogia a maturidade financeira das empresas do trade. “Existe uma ideia no mercado de que esse setor é desorganizado financeiramente, mas a realidade que eu vejo é o oposto. Os nossos clientes têm dados estruturados, plano de crescimento e estão abertos a construir soluções em parceria”, aponta.
Para os clientes que ainda não estão prontos para receber crédito imediato, a fintech propõe modelos colaborativos. Um deles é a oferta de conta remunerada com 100% do CDI, em que o montante deixado como garantia libera limite equivalente para uso de cartões e produtos Jeeves, com direito a cashback e benefícios. “É um jeito de criar relacionamento e histórico de crédito enquanto o cliente já começa a operar com a nossa tecnologia”, explica.
O portfólio de soluções da Jeeves vai além do crédito. A empresa oferece ferramentas de gestão de despesas (expense management), cartões corporativos controlados por API e até a possibilidade de abertura de contas internacionais, em mercados como Estados Unidos e Europa — uma alternativa eficiente para empresas que lidam com pagamentos a fornecedores estrangeiros e desejam evitar o IOF.
No quesito segurança, a fintech investe pesado em autenticação, criptografia e parâmetros de uso ultra restritivos para os VCNs, o que praticamente zera a possibilidade de fraude em reservas e transações do setor. “A gente consegue, por exemplo, gerar um cartão que só vale para uma transação, em uma data específica e com valor determinado. Isso protege as empresas contra qualquer uso indevido”, reforça o CEO.
Com mais de 25 países na operação global, a Jeeves também aposta na inteligência artificial para otimizar processos. Do uso interno à automatização de análise de crédito, passando por conciliações e tradução de documentos, a IA já permeia toda a estrutura da empresa. “Estamos virando uma AI-first company. Quem não estiver nessa mentalidade vai ficar para trás”, sentencia Gorenstein.
Nos próximos cinco anos, a visão do executivo é clara: Jeeves será um “full bank” — ou seja, uma plataforma completa de soluções financeiras para empresas — mas com um diferencial: a proximidade com os clientes. “Vamos deixar de ser vistos como banco e ser reconhecidos como uma extensão do departamento financeiro das empresas. No turismo, isso significa crescer junto, entender o negócio e construir soluções sob medida”, conclui.