Com presença dos principais players do turismo marítimo no Brasil, a 11ª edição do Um Dia de Cruzeiros no Rio reuniu profissionais do setor para troca de experiências, apresentação de dados atualizados e reforço da importância dos agentes de viagens na jornada dos cruzeiristas. Promovido pela Abav-RJ, com apoio do Sebrae-RJ e da Abav Nacional, o encontro destacou o crescimento do setor, tendências para os próximos anos e desafios como infraestrutura portuária e sustentabilidade.
Marcelo Siciliano, presidente da Abav-RJ, ressaltou o foco da entidade na qualificação dos agentes: “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para o treinamento dos profissionais. Hoje, reunimos aqui os maiores players do mercado.”
Marisa Cardoso, do Sebrae-RJ, reforçou o papel das conexões no turismo e apontou que o Turismo é um setor de redes. “Nos qualificar é essencial para continuar atraindo mais visitantes”, frisou.
Segundo Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, 2024 registrou 34,6 milhões de cruzeiristas no mundo — um crescimento de 9,3% em relação a 2023. A América do Sul embarcou 1,17 milhão de passageiros, um aumento de 7,8%. A previsão global para 2028 é de 42 milhões.
A idade média do passageiro global é de 46 anos, com destaque para os millennials, que lideram as intenções de repetir a experiência. Além disso, 12% viajam sozinhos, impulsionando a criação de cabines individuais.
Mercado brasileiro: desafios e potencial
O Brasil, com público entusiasmado, tem destaque para cruzeiros curtos e multigeracionais. Segundo Ferraz, 60% dos viajantes pernoitam na cidade antes do embarque, e 54% estendem a estadia após o cruzeiro — o que representa uma oportunidade de receita adicional para o turismo local.
No entanto, a próxima temporada será mais enxuta: serão apenas sete navios, contra nove na anterior, resultando na perda de 200 mil leitos.
Infraestrutura e sustentabilidade como metas urgentes
Um dos entraves ao crescimento do setor no Brasil é a ausência de infraestrutura para energia elétrica nos portos (OPS) e de combustíveis sustentáveis como o GNL e o biodiesel. A Clia está em negociação com portos como Santos, Rio e Salvador para viabilizar avanços nesse sentido.
Ferraz alertou: “Sem combustível sustentável, os navios terão que diminuir a velocidade para emitir menos carbono. Isso impacta diretamente os itinerários.”
Futuro promissor com apoio dos agentes
O evento reforçou o papel essencial dos agentes de viagens na venda de cruzeiros: 79% dos passageiros consideram sua influência decisiva. A recomendação é clara: conhecer o produto, seja por meio de visitas técnicas ou minicruzeiros, é fundamental para uma venda mais personalizada.
“É o agente quem proporciona o match ideal entre passageiro, navio e roteiro,” concluiu Ferraz.
Vale lembrar que o 7º Fórum Clia Brasil, reconhecido como o principal encontro da indústria de cruzeiros no país, será realizado em Brasília.