Busca por viagens solo atinge recorde global no Google

Interesse por “viajar sozinho” atingiu um pico global de buscas em janeiro, registrando o maior nível desde o início da série histórica do Google Trends em 2004. O mesmo fenômeno foi observado com “viagem solo para mulheres“. Durante a pandemia, as pesquisas por viagens solo diminuíram na plataforma, mas retomaram o crescimento em 2022, impulsionadas pelo relaxamento das restrições e pelo avanço da vacinação.

Singapura é o país que mais busca por viagens solo no Google. Não à toa, o país sul-asiático possui o passaporte mais poderoso do mundo e permite acesso a 195 países sem a necessidade de um visto, segundo o Ranking Global 2024 da consultoria Henley & Partners. 

Relatório de Tendências Globais de Viagens da American Express, realizado no início do ano passado, já indicava esse movimento, com 76% dos millennials e da geração Z planejando viagens solo, sendo que muitos pretendem fazer duas ou mais ao longo do ano. O levantamento entrevistou cerca de 8 mil pessoas em sete países diferentes, incluindo EUA e Austrália.

De acordo com o relatório, os viajantes optam por esse tipo de viagem para se presentear, se reconectar consigo mesmos e fazer uma pausa na rotina agitada do dia a dia.

Os viajantes também buscam os melhores destinos para explorar sozinhos. Nos últimos cinco anos, países como Índia, Japão, Estados Unidos, Tailândia e a ilha de Bali, na Indonésia, se destacaram no Trends como os favoritos para esse tipo de viagem.

O turismo de massa nesses locais já gera preocupações. Reportagem do Financial Times mostra que em Bali, por exemplo, as autoridades avaliam restringir a construção de novos hotéis e casas noturnas para conter o excesso de turistas, reduzir a poluição sonora e preservar os campos de arroz, que vêm sendo transformados em vilas de luxo.

No Japão, a desvalorização do iene em relação ao dólar tem atraído um número recorde de visitantes. Em 2024, o país registrou 36,8 milhões de chegadas de turistas estrangeiros, superando o recorde anterior de 32 milhões em 2019. Essa situação obrigou trabalhadores japoneses a dormirem em hotéis cápsula, já que o turismo de massa na capital japonesa tornou a hospedagem em hotéis para viagens de negócios muito cara.

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