O turismo nacional iniciou 2025 em ritmo acelerado, alcançando o maior faturamento de sua história para o primeiro trimestre: R$ 55,4 bilhões. O dado, divulgado nesta semana pelo Ministério do Turismo com base em levantamento da FecomercioSP, supera a marca anterior de R$ 52,5 bilhões registrada em 2014, já corrigida pela inflação. O resultado representa um crescimento de 6% em relação ao mesmo período de 2024 e confirma a força do setor como vetor estratégico da economia nacional.
Somente em março, mês impulsionado pelo Carnaval, o setor movimentou R$ 18 bilhões — alta de 6,6% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Trata-se do melhor desempenho para março desde 2012, consolidando a retomada robusta da atividade turística no país.
Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, os números refletem a consolidação do turismo como alicerce do crescimento econômico brasileiro. “O turismo brasileiro vem se consolidando como um dos pilares do crescimento do país, demonstrando resiliência, criatividade e capacidade de adaptação. A expectativa é que o setor continue gerando empregos, renda e oportunidades em todas as regiões do Brasil”, afirmou.
De acordo com a FecomercioSP, o bom desempenho do setor é fruto de uma combinação de fatores, entre eles o impacto positivo dos feriados prolongados, o aumento da renda do trabalhador e o crescimento do emprego formal. Até abril, foram abertas mais de 88 mil vagas com carteira assinada em atividades diretamente ligadas ao turismo, o que tem impulsionado o planejamento de viagens e o consumo de serviços.
“O turismo não é uma atividade de consumo contínuo, mas de planejamento, e o número crescente de pessoas empregadas formalmente no país está levando a um aumento nas despesas com as desejadas férias”, explica Guilherme Dietze, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.
Entre os segmentos que mais se destacaram em março está o de hospedagem, que registrou faturamento de R$ 2,51 bilhões — um salto de 20,2% frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado do trimestre, a hotelaria brasileira apresentou crescimento de 10%.
O transporte aquaviário também teve bom desempenho, com alta de 11,5%, impulsionado pelos deslocamentos de ferry-boats no período carnavalesco. Já o transporte aéreo de passageiros arrecadou R$ 4,3 bilhões, com aumento de 8,7%. A queda na tarifa média, que passou de R$ 673 para R$ 576, segundo a ANAC, também colaborou para a maior demanda por voos.
Outros segmentos que cresceram no período foram locação de veículos (5,7%), agências de viagens e operadores turísticos (2,9%) e atividades culturais, recreativas e esportivas (1,3%).
Na análise por estados, a Bahia liderou o crescimento percentual de março com alta de 20,4%, seguida por Rio de Janeiro (16,8%) e Ceará (13,9%). Já São Paulo, que concentra a maior fatia do mercado, faturou R$ 4,5 bilhões no mês — crescimento de 4,8% em relação a março de 2024.