A Feira EBS, consolidada como um dos principais encontros voltados ao mercado de eventos corporativos, incentivos, congressos e feiras no Brasil, promoveu nos dias 4 e 5 de junho, em São Paulo, uma edição marcada por discussões estratégicas durante o Congresso MICE. Com painéis dedicados à análise de dados, ao impacto das experiências presenciais e aos bastidores da produção de grandes eventos, o encontro reuniu especialistas de diversas áreas para refletir sobre o presente e o futuro da indústria de eventos.
Dados como motores de decisão
No painel “Cultura Data Driven na Prática: da Decisão ao Resultado”, executivos apontaram o papel fundamental da análise de dados no planejamento e na mensuração de resultados. Silvana Torres, CEO da Mark Up, destacou a lacuna que ainda persiste nas empresas: “O data driven ilumina quem é nosso cliente, seus hábitos e comportamentos. O desafio é: o que fazer com tanta informação? A resposta está em transformar dados em ações hiperpersonalizadas e clusterizadas”.
Diego Lucena, especialista de Compras da Campari nas Américas, complementou: “Antigamente, quem dominasse a informação tinha o poder. Hoje, temos dados demais e o desafio é qualificá-los e organizá-los”. Ele acredita que o próximo passo é estruturar essas informações de forma inteligente para decisões rápidas e eficazes.
Na visão de Regiane Herrero, do Trade Marketing da Samsung Latam, não há margem para incerteza: “Se não confio nos dados, não consigo tomar nenhuma decisão. A concorrência se move rápido, e precisamos reagir com ainda mais agilidade”.
O poder dos encontros presenciais
Em “Eventos Presenciais como Geradores de Negócios”, dados da Go Live revelaram que cada R$ 1 investido em eventos pode gerar até R$ 35 em negócios. A importância da conexão humana foi reforçada por Eduardo Frezarin, CEO da Yazo, que afirmou: “47% das vendas da Yazo são originadas em eventos. Um lead qualificado em um evento nichado pode ser até 8 vezes mais valioso que um lead de tráfego pago”.
Victoria Borges, da RD Station, chamou a atenção para a experiência como diferencial competitivo: “Não é só o estande que importa, mas o conteúdo e a entrega. O evento existe para aproximar pessoas, e isso só acontece quando há um propósito claro e uma experiência memorável”.
Já Rafael Palagano, da CVC Corp, destacou desafios operacionais enfrentados em convenções de grande porte: “Escolher o local ideal, adequar o espaço ao público e gerenciar o orçamento são pontos críticos para o sucesso”.
Bastidores revelam complexidade e criatividade
No painel “Bastidores e Desafios em Cases de Sucesso”, produtores e especialistas compartilharam aprendizados vivenciados em projetos de alto impacto. Juliana Viana, empresária da dupla Henry e Klauss, lembrou que “a plateia vê dois showmen, mas a magia está nas mãos da equipe, que trabalha nos bastidores”. Em apresentações com efeitos especiais complexos, como fogo no palco, o desafio é unir encantamento e segurança.
Vinícius Almeida, da CS Global, ressaltou os desafios logísticos da Fórmula 1 em São Paulo, e alertou sobre a complexidade de operar em cidades litorâneas, onde o diálogo com o poder público é essencial.
Eduardo Marchetti, da RX Global, reforçou a importância da inovação: “Quando você atinge o topo, o crescimento natural some. A saída é a criatividade: pensar a experiência como um produto expandido”. Para ele, ouvir o público é a chave: “Um ‘não’ hoje evita uma bola de neve amanhã”.