A cidade de Barcelona, na Espanha, irá fechar dois de seus terminais de cruzeiros a partir de 2026 como parte de um acordo entre o Porto de Barcelona e a prefeitura local para enfrentar os impactos do turismo em massa. Com a medida, o número total de terminais operacionais será reduzido para cinco.
O anúncio foi feito em comunicado oficial da prefeitura na última sexta-feira (18). Além do fechamento dos terminais, o acordo prevê o financiamento de um estudo sobre a circulação de passageiros de cruzeiros pela cidade de Barcelona, etapa considerada preliminar para o desenvolvimento de um plano de mobilidade sustentável.
A iniciativa integra uma série de medidas implementadas nos últimos anos para conter os efeitos da atividade turística no cotidiano dos moradores. Em 2024, manifestações em Barcelona chegaram a utilizar pistolas de água contra turistas em protestos contra o setor, que tem sido acusado de agravar problemas como a superlotação e a escassez de moradias acessíveis, diante da crescente conversão de residências em imóveis para aluguel de curta temporada.
De acordo com o Porto de Barcelona, 1,6 milhão de passageiros de cruzeiros passaram pela cidade em trânsito em 2024. A maioria desembarca pela manhã, realiza passeios por áreas centrais como La Rambla e o Bairro Gótico, região histórica e densamente frequentada, e retorna aos navios no fim da tarde.
O plano anunciado também inclui a modernização da infraestrutura portuária com foco na sustentabilidade, como a instalação de sistemas de fornecimento de energia elétrica a partir de fonte limpa, permitindo que os navios desliguem seus motores enquanto estiverem atracados.
O investimento total previsto para essas ações é de 185 milhões de euros (cerca de US$ 216 milhões), com recursos provenientes de parcerias público-privadas.
Esta não é a primeira mudança estrutural promovida pelo município. Em outubro de 2023, o terminal norte do porto foi fechado ao tráfego de cruzeiros. A decisão deu continuidade ao acordo firmado em 2018 entre o governo municipal e as autoridades portuárias para deslocar a operação dos navios para áreas mais afastadas do centro urbano.
Naquele ano, o terminal Maremagnum também foi desativado e a área passou a abrigar estabelecimentos como restaurantes, bares, um clube de vela, marina, aquário e centro comercial.