Dentro ou fora do Brasil, o mercado de cruzeiros sofreu ao longo dos últimos anos com a covid-19. A paralisação e as recentes declarações negativas sobre a modalidade colocaram um ponto de interrogação à cabeça de armadores e clientes pelo mundo. Com este cenário, a Norwegian Cruise Line Holdings (NCL) informou, na última semana, resultados financeiros acumulados de 2021 e específicos ao quarto trimestre. A mensagem geral com os índices é de que o final do ano mostrou dias melhores, mas foi insuficiente para cravar a recuperação — como em todos os setores turísticos.

Com saldo de US$ 1,8 bilhão em vendas antecipadas para a temporada 2021 e 2022, Frank Del Rio, presidente e CEO da NCL afirma que a campanha “Great Cruise Comeback” foi um pivô importante para reaquecer o mercado com hóspedes.

“A campanha foi lançada no final de julho do ano passado e, em cinco meses, as equipes de Norwegian Cruise Line, Oceania Cruises e Regent Seven Seas Cruises reiniciaram as operações em 75% de nossa capacidade. Com isso, até 31 de dezembro, transportamos mais de 230 mil passageiros”, afirma.

Com a maior parcela dos pacotes comercializados a longo prazo (US$ 700 milhões) até 31 de dezembro, a gigante experimentou uma queda de 49,4% na receita de 2021. O valor, que ficou em US$ 600 milhões (ante US$ 1,3 bilhão em 2020), é prognósticoda paralisação das viagens de cruzeiros até o primeiro semestre do ano passado, além de mais restrições aplicadas ao longo dos meses.

O prejuízo líquido da empresa foi de US$ 4,5 bilhões em 2021 ante US$ 4 bilhões no ano anterior. No índice ajustado, os níveis chegaram a US$ 2,9 bilhões em comparação a US$ 2,2 bilhões em 2020.

NCL: resultados do 4º trimestre

A ocupação no quarto trimestre de 2021 foi de 51,4%, o que, segundo a NCL, reflete as consequências do limite de ocupação imposto por normas internas, além do efeito dos cancelamentos de reservas relacionados à pandemia e o aumento da capacidade em relação ao trimestre anterior.

Os volumes líquidos de reservas no início do período demonstraram crescimento semanal após o recrudescimento na contaminação pela variante Delta da covid-19. O impacto negativo no índice voltou ao final do quarto trimestre em razão da Ômicron. As viagens do primeiro semestre deste ano foram as mais impactadas.

O prejuízo líquido da empresa foi de US$ 1,6 bilhão no período ante US$ 700 milhões em 2020. O índice ajustado chegou a US$ 765 milhões frente US$ 683,8 milhões registrados no ano passado 2020.

A receita aumentou para US$ 487,4 milhões em comparação com US$ 9,6 milhões em 2020, com a retomada das viagens de cruzeiro no trimestre.

Expectativas

Como resultado das interrupções relacionadas à Ômicron, a NCL espera 85% de sua capacidade em operação operando até o fim de junho. A frota completa, de acordo com a companhia, deve voltar a operar no início do segundo trimestre de 2022.

Todas as viagens nas três marcas da NCL continuam com o programa de saúde e segurança Sail Safe. Também vale lembrar que a companhia acatou as resoluções optativas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) para combater a covid-19 a bordo.