Na manhã deste sábado, 25, a MUST – Mulheres no Turismo promoveu uma masterclass para mulheres no hotel Pullman Vila Olímpia, em São Paulo (SP), primeiro evento presencial da iniciativa. Com o tema “O Futuro É Agora”, a aula foi ministrada pelas cofundadoras da MUST, Carolina Stolf e Juliane Castiglione, em parceria com Rogéria Pinheiro, fundadora da RP Travel Education.

A MUST é uma iniciativa voltada para mulheres no Turismo, com o intuito de promover conversas entre as mulheres, em um espaço de troca e de não julgamento. O grupo foi criado em 2020 para promover debates pertinentes a profissionais do ramo e promoveu uma série de lives e cursos à distância durante a pandemia. 

Durante a masterclass foram debatidos conteúdos para desenvolvimento pessoal e profissional, com o intuito de ajudar as profissionais presentes a se tornarem protagonistas de suas carreiras. “A ideia principal é capacitar essas mulheres e dizer a elas, com conteúdo embasado e técnico, além das experiências de lideranças feminina e de empreendedorismo que temos aqui, que elas podem ser donas de suas carreiras e das decisões de suas vidas como um todo”, explica Juliane. 

A troca de experiências entre as participantes foi um dos pontos fortes do evento. “Queremos que elas vejam que não estão sozinhas, que estamos todas em busca de nosso desenvolvimento, do nosso lugar, da nossa autoconfiança, para que possamos ter uma jornada de vida profissional e pessoal de uma forma mais fluída e com mais protagonismo, que é o espaço que gostaríamos de ocupar”, explica Carolina.

Espaço das mulheres

O Brasil está no 78º lugar em equidade de gênero, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Considerando que somos a 12ª economia do mundo, há muito o que melhorar. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a desigualdade de gênero só acabará em 257 anos no mundo e 59 anos no País.

“O patriarcado nos ensinou que, para conseguirmos tudo isso que estamos discutindo aqui, teríamos que abrir mão de alguma coisa. Não precisamos ser empreendedora ou mãe, mas podemos, sim, ser empreendedora e mãe, por exemplo”, explica Rogéria.

Também foram abordadas questões financeiras e como a mulher, muitas vezes, não se sente à vontade para pedir um aumento. “Você quer pedir aumento, constrói um case, apresenta seus argumentos. Precisamos pensar na questão financeira em relação a onde vai nosso dinheiro e se estamos recebendo de acordo, já que, muitas vezes, a percepção do trabalho da mulher é menor do que a do homem. Temos que olhar esse ponto com mais carinho”, sugeriu Juliane.

No Turismo, a maior parte dos profissionais são mulheres. Segundo Juliane, “o Turismo segue a linha de outros segmentos e temos poucas mulheres em cargos de liderança e poucas em destaque no empreendedorismo. Estamos atrasadas nas discussões sobre o assunto em nosso segmento. Precisamos debater isso e trazer reflexão sobre se queremos ascender ou não.”

Outro ponto, levantado por Rogéria, foi a dificuldade de muitas mulheres em se posicionarem como empresárias. “Esse empoderamento é necessário para elas se autonomearem empresárias, mesmo sendo responsáveis por tantos clientes e equipes. É preciso despertar e apoio para que elas se apossem desse lugar”, explicou. “Alguém fez a gente acreditar que não temos capacidade estratégica de liderança e administração de negócios. Quando você se coloca nesse lugar de incapacidade de gerir seu negócio, sua equipe, as contas de sua casa, está se colocando na parte de baixo da pirâmide”, alerta.