“A cidade de São Paulo recebeu 30% mais turistas em 2023 e ainda há espaço para crescer”. A declaração é do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, durante o 6º Expo Fórum Visite São Paulo, realizado nesta terça-feira (5) pelo São Paulo Convention & Visitors Bureau, que comemora 40 anos de existência. Ao lembrar que São Paulo é a única capital mundial que sedia os três eventos da Federação Internacional de Automobilismo, Nunes informou que a cidade só “não recebe mais eventos por falta de espaço”.

Após sua apresentação, o prefeito também afirmou estar trabalhando para impulsionar o turismo na cidade por meio da gastronomia e novos eventos. Além disso, também investe na qualidade dos espaços e acolhimento dos turistas para receber melhor as pessoas.

Turismo no Estado

“É importante que o turismo entre no debate eleitoral”, disse Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. Para justificar sua opinião, lembrou que até outubro o Estado havia recebido 1,7 milhão de turistas internacionais e que o setor empregou, nos primeiros dez meses do ano, 54 mil pessoas – a expectativa era de 55 mil em todo o ano de 2023.

Lucena destacou ainda as tendências para 2024, que são o turismo sustentável, experiências locais, tecnologia no turismo, viagens personalizadas e turismo de saúde e bem-estar. O foco para o próximo ano, segundo ele, são o turismo rural e de natureza, a regionalização, regionalização da gastronomia paulista, digitalização e capacitação.

Tendências da Hotelaria

Cristiano Vas ques, sócio-diretor da HotelInvest, destacou que a hotelaria brasileira virou a página da pandemia e apontou que houve um crescimento expressivo do setor nas principais cidades, como mostrou a pesquisa Panorama da Hotelaria, realizada pela HotelInvest em parceria com o Fohb.

“São Paulo foi uma das cidades que mais se destacaram. A pesquisa mostrou um crescimento forte de diária média, de trezentos para quatrocentos reais. O RevPar cresceu 35% nos primeiros nove meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano”, apontou Cristiano, ressaltando que é um crescimento para se comemorar.

O executivo da HotelInvest disse ainda que “a perspectiva para o ano que vem é um crescimento pequeno de ocupação e crescimento forte para a diária média, que deve aumentar 5%”, projetou Cristiano.

Por sua vez, Orlando de Souza, diretor executivo do Fohb, pontuou que a ausência de novos hotéis para os próximos anos reflete, em grande parte, o período sombrio implementado pela pandemia, retraindo os investimentos. “Ninguém vai lançar hotéis após os últimos anos. Isso influenciou as ofertas de novos empreendimentos”, explicou.

Souza lembrou que a oferta pequena representa uma perda para o turismo. “A ampliação de oferta é essencial para o turismo se desenvolver. Na década de noventa, a chegada de novos concorrentes permitiu que a hotelaria da cidade de São Paulo se desenvolvesse de modo diversificado. No Brasil, com a taxa de juros, é difícil desenvolver a hotelaria”, afirmou ele.

Setor Aéreo

Ao falar sobre as Tendências do Setor Aéreo, Ruy Amparo, da Abear, disse que “o setor está se recompondo. Há críticas de que as passagens são caras, mas a defasagem entre oferta e demanda precisa melhorar para que as tarifas cheguem ao patamar correto.”

Amparo disse ainda que as companhias aéreas estão recompondo suas frotas e que “a disputa por aviões no mundo é complicada, porque os pedidos são entregues dois anos depois. Mas, ele destacou que o grande desafio é gente, “porque houve enxugamento dos profissionais especializados”.

Entre as tendências do setor analisadas por Amparo estão “o aumento do número de voos entre a capital paulista e o interior e melhorar a conectividade”.

Acessibilidade

Acessibilidade e Selo de Evento Neutro foi outro tema do Expo Fórum, que reuniu Marcos da Costa (Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência), Silvia Grecco (Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) e Fernando Beltrame (Eccaplan Soluções em Sustentabilidade).

Silvia Grecco, contou que a cidade soma mais de 1 milhão de pessoas com deficiência. “Quando falamos de acessibilidade, não é apenas rampa de acesso, piso tátil e arquitetura. Falamos sobre acessibilidade digital, inclusão, comunicação”, informou.

A especialista afirmou que é essencial que o turismo saiba acolher a pessoa com deficiência e criar iniciativas que estimulem sua presença em todos os ambientes. “Temos que pensar nas pessoas que nunca tiveram oportunidades. É importante investir em acessibilidade e ampliar a consciência da importância de ter esse olhar para as pessoas com deficiências”.

Já Marcos da Costa, lembrou que a comunicação é fundamental para avançar na acessibilidade. “Quando falamos de dignidade, falamos de todos e de todas. A acessibilidade é uma oportunidade de acolhimento e de negócios para quem trabalha com turismo”. Marcos também destacou que o governo estadual de São Paulo preparou uma cartilha contendo pontos sobre turismo inclusivo e os caminhos para conceber um ambiente afetuoso, inclusivo e acessível.

Fernando Beltrame, ressaltou que o momento requer reforçar os compromissos com pautas globais como redução na Emissão de CO 2, questões climáticas. “O Brasil recicla apenas 3 % dos resíduos. Temos que reforçar os nossos compromissos e fazer o que está ao nosso alcance”, enfatizou ele.

O 6º Expo Fórum Visite São Paulo foi encerrado com o painel Bem Receber, que contou com a participação de Luciane Leite, secretária executiva da Setur-SP, Chieko Aoki, do Blue Tree Hotels, Juliana Assumpção, da Abav, Fernanda Herbella, Deatur-SP, com mediação de Guilherme Paulus (CVC).