Alfredo Lopes, presidente do Sindicato Patronal dos Meios de Hospedagem da capital do Rio de Janeiro (HotéisRIO), expressou apoio à decisão do presidente Lula de adiar a exigência de vistos para americanos, canadenses e australianos. Inicialmente programada para iniciar em 10 de janeiro de 2024, a nova medida foi postergada para 10 de abril, após pleito do setor e reconhecimento da necessidade de melhorias no sistema, que entraria em operação durante o pico da alta temporada do turismo.

“Com a atração de turistas estrangeiros sempre abaixo de outras importantes metrópoles mundiais, lembrando que o Brasil há décadas não ultrapassa a barreira dos seis milhões de visitantes estrangeiros por ano, sempre considerei a exigência de vistos uma visão unilateral desalinhada com a atual demanda do turismo nacional e fluminense. Esperávamos que o Governo Federal buscasse caminhos para ampliar investimentos em promoção e captação, que neutralizasse um histórico desastroso de relacionamento com estes mercados com enorme potencial de resposta. Reconhecemos que este governo, em um trabalho consistente que vem sendo realizado pela Embratur, caminha positivamente neste sentido. Mas ainda estamos longe do potencial de captação do mercado internacional. Por isso consideramos mais do que acertada a decisão do adiamento”, declara Lopes.

“A decisão de voltar a cobrar vistos é inexplicável, um contrassenso em um momento em que nosso ministro Haddad busca receita em todos os lugares – e as divisas trazidas por turistas estrangeiros certamente seriam bem-vindas. Já registramos um enorme desequilíbrio entre o que os estrangeiros deixam aqui e o que os brasileiros gastam lá fora e, com a volta da exigência, essa diferença desfavorável vai aumentar”, acrescenta Lopes.

“Não tem nenhum sentido cobrar vistos não só de norte-americanos, mas de todos os países que tinham sido liberados. No caso dos turistas dos Estados Unidos, muitos terão que se deslocar para um estado que tenha um consulado brasileiro para poder fazer os trâmites, além de pagar uma taxa de 115 dólares. Isso afeta frontalmente o trabalho de promoção do nosso país feito pela Embratur e dificulta muito a vinda de turistas estrangeiros para cá, justamente em um momento em que queremos trazer mais visitantes”, finaliza Lopes.

Ao longo de mais de três décadas, o trade turístico brasileiro buscou a flexibilização da exigência de vistos para norte-americanos e outros destinos emissores. O fim dessa exigência em 2019 apresentou resultados positivos, com um aumento significativo na entrada de turistas dos Estados Unidos. O adiamento da reintrodução da exigência é visto como uma oportunidade para o setor turístico continuar a promover o Brasil como um destino atrativo para visitantes internacionais.