A partir de meados de 2026, turistas que pernoitarem em Edimburgo terão de pagar uma taxa adicional de 5% sobre o valor da hospedagem. A medida, inédita no Reino Unido, foi aprovada pelos políticos locais e será aplicada a hotéis, pousadas, hostels, apartamentos de temporada e casas de hóspedes, com um limite de cinco noites consecutivas por visitante.

Segundo o conselho municipal da cidade, os recursos arrecadados – estimados entre £45 e £50 milhões anuais até 2029 – serão destinados à manutenção de serviços e infraestrutura utilizados tanto por moradores quanto por turistas.

O debate sobre a criação da taxa turística em Edimburgo ocorre desde 2018, mas só se tornou viável após a aprovação do Visitor Levy (Scotland) Act, em julho deste ano. “O turismo coloca pressão sobre os recursos da cidade”, afirmou Jane Meagher, líder do Conselho de Edimburgo, ao defender a proposta. “Precisamos garantir um desenvolvimento planejado e sustentável.”

Em 2023, a capital escocesa recebeu quase 5 milhões de visitantes pernoitando na cidade, que injetaram £2,2 bilhões (US$ 2,7 bilhões) na economia local, de acordo com a Visit Scotland. Apesar da importância do setor, a nova cobrança não foi unanimidade. Uma pesquisa conduzida pela prefeitura mostrou que 62% dos turistas eram contra a taxa ou achavam o valor excessivo. Já entre moradores e empresários, pouco mais da metade aprovou a medida.

Inicialmente, o projeto previa a cobrança por até sete noites consecutivas, mas o limite foi reduzido para cinco após consultas com a Visit Scotland e o festival de Edimburgo, que alertaram sobre o impacto em artistas e profissionais do evento.

Edimburgo se junta a outras cidades europeias que já adotaram tributações similares. Veneza testou uma taxa de entrada para visitantes diurnos, enquanto Amsterdã aplica 12,5% sobre o valor das diárias de hotéis e cobra cruzeiros marítimos e fluviais. O governo galês também pretende criar sua própria versão da taxa em breve.