As dificuldades financeiras seguem impactando diretamente o turismo no Brasil. De acordo com um levantamento da FlixBus, 49% dos brasileiros reduziram suas viagens devido à falta de dinheiro. A pesquisa, realizada com mais de 1.600 participantes, comparou os hábitos de viagem no Brasil, Europa e Estados Unidos.

Os dados mostram que 23% dos brasileiros viajam bem menos do que antes da pandemia. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 17%, enquanto na Europa, o índice cai para 14%.

Os números da pesquisa são reforçados por dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do IBGE. Segundo o levantamento, em 80% dos lares brasileiros—o equivalente a 62,1 milhões de famílias—nenhum integrante viajou em 2023. O impacto é ainda mais acentuado entre famílias de baixa renda, onde 90% daquelas que vivem com até meio salário-mínimo não viajaram, nem mesmo por necessidade, como saúde ou trabalho.

“As famílias de menor renda são as mais impactadas e acabam priorizando necessidades básicas em vez de viajar”, afirma Edson Lopes, CEO da FlixBus. O executivo também destaca a influência da alta do dólar e outros fatores econômicos no orçamento dos brasileiros. “Para o setor de transporte rodoviário, ampliar a oferta e atrair mais passageiros com tarifas acessíveis faz parte da solução. Outra medida essencial é a abertura do mercado para aumentar a concorrência”, complementa.

Apesar do cenário desafiador, o transporte rodoviário segue como alternativa viável para quem precisa viajar. A pesquisa da FlixBus mostrou que o preço mais baixo é o critério decisivo na escolha do transporte. Em dezembro de 2024, por exemplo, as passagens aéreas chegaram a custar até oito vezes mais do que as rodoviárias em rotas populares como São Paulo – Rio de Janeiro, reforçando o ônibus como a opção mais acessível.