A Delta Air Lines fechou os resultados 2021 com expectativas em alta para o ano que se iniciou. As receitas da companhia, baseada em Atlanta, ficaram em 29,9 bilhões de dólares para o período, representando recuperação de 83% dos níveis pré-pandemia. No entanto, o resultado também indica uma queda de 36% na comparação com o mesmo retrospecto.

“O ano passado foi um período como nunca visto para a Delta. Tivemos um progresso significante em nossa recuperação, principalmente com o suporte do crescimento da nossa marca nos EUA. Entregamos lucratividade durante o segundo semestre”, explica Ed Bastian, CEO da Delta.

Ainda para 2021, o tráfego de passageiros nos voos foi de 79%, enquanto a oferta da empresa chegou a 73%.

Para os próximos meses, o executivo enxerga bons caminhos para o fluxo aéreo da aérea norte-americana. A perspectiva é que primavera e verão tenham forte recuperação, principalmente, com viagens corporativas e relacionadas ao turismo de compra.

Em novembro, a Delta também aumentou a conectividade com a Latam e expandiu o acordo de codeshare na América do Sul.

Convivência com o vírus

Bastian também falou das perspectivas em torno da variante ômicron da covid-19. Apesar da doença ter prejudicado a operação da Delta em dezembro, com a infecção de funcionários, o CEO acredita que essa variação pode transformar a pandemia em endemia.

O vírus se tornaria corriqueiro, trazendo a necessidade campanhas constantes de vacinação, mas tornando-se, ao mesmo tempo, ordinário e sazonal.

Na prática, a “normalização” das operações aconteceria mais rápido. No entanto, o executivo não descarta a necessidade de manter protocolos e cuidados sanitários.

“A nova variante ainda está por aí, mas, aparentemente, o pior ficou para trás. Nossa retomada da demanda será atrasada em cerca de 60 dias, mas estamos confiantes. Além disso, tivemos problemas com nosso staff no último mês de 2021, mas nossa operação está estabilizada”, afirma.

Fora dos EUA

Bastian não está sozinho em sua declaração otimista sobre a ômicron. Mesmo sem citar dados científicos, ela vai de encontro com uma discussão de especialistas ao redor do globo, incluindo o epidemiologista Pedro Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas e coordenador do Epicovid-19.

Em recentes declarações na mídia, ele cita que a vacinação em massa e, por consequência, os casos mais brandos da ômicron, são indícios de que a pandemia pode se tornar uma endemia em breve.