A acessibilidade é uma questão fundamental e, por isso, ela precisa estar presente em todos os lugares. Desde o transporte, passando pela hotelaria, atrativos turísticos, locais de alimentação e serviços de atendimento como guias turísticos, precisam ser acessíveis e inclusivos para que o roteiro turístico não apresente transtornos. Organizar isso, é mais fácil e dá mais resultado quando pensamos pelo ponto de vista do destino.

Um destino que se uniu para melhorar a acessibilidade foi Bonito, no Mato Grosso do Sul, quando eu fui prestar uma consultoria e treinamento. Uma iniciativa da associação de guias de turismo, que buscaram apoio da Secretaria de Turismo do destino, receptivos, hotelaria e atrativos, ou seja, todo o trade turístico participou. É claro que, em um destino menor, a organização é mais fácil, mas também destinos maiores têm mais recursos financeiros, então não vale ficar arranjando desculpas.

Nos hotéis, a acessibilidade arquitetônica acaba sendo um dos pontos mais importantes, mas nos passeios dos atrativos, visto que Bonito é um destino de natureza, foi muito importante capacitar os guias de turismo, afinal, a natureza precisa ser preservada, então a acessibilidade veio do atendimento dos guias e de adaptações de alguns equipamentos utilizados para as atividades de aventura. O sucesso dessa iniciativa foi facilmente percebida, pelos comentários positivos das pessoas com diferentes tipos de deficiência que visitaram o destino.

Vários museus já oferecem material tátil e telas com explicação em Libras. Banheiros acessíveis e acesso facilitado para pessoas com deficiência física já é possível serem encontrados em boa parte dos equipamentos turísticos. Além disso, há iniciativas pioneiras, como sessões de cinema para autistas e banheiro para ostomizados. O Metrô de São Paulo possui acessibilidade exemplar, pois é capaz de transportar vários passageiros cadeirantes ao mesmo tempo, funcionários e seguranças capacitados para o atendimento inclusivo, acesso por rampas e elevadores em todas as estações e um sistema sonoro e visual dentro dos vagões que informa as estações de parada.

Quando o turista com deficiência encontra acessibilidade em toda a infraestrutura turística de um destino, o número de visitações é comprovadamente grande. Aqui fica uma observação final, que é justamente sobre a informação da acessibilidade do destino e dos equipamentos e serviços turísticos, pois há vários que possuem uma boa acessibilidade, mas a maioria não informa isso em seus canais de comunicação, como seus sites e redes sociais, que é geralmente onde o turista com deficiência faz uma pesquisa prévia para ter certeza da acessibilidade. Caso essa informação não seja encontrada, é possível que a pessoa desista.