Na terça-feira (14), Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, se reuniu com representantes da Abear, Anac e as principais companhias aéreas, com objetivo de encontrar soluções para baratear o preço das passagens. Após a reunião, o ministro esclareceu que as empresas se comprometeram a apresentar, nas próximas semanas, um plano de redução dos valores das passagens a curto prazo. 

Em comunicado ao Brasilturis, a Abear informou que sempre está à disposição para debater com o Governo Federal formas de estimular a criação de políticas públicas que contribuam para que mais pessoas viajem de avião e novos destinos sejam atendidos. 

“É importante destacar que as associadas Abear aderiram ao Programa Voa Brasil e estão em linha com o objetivo do Governo de ampliar a oferta de passagens aéreas com preços competitivos. As empresas e a Abear seguem contribuindo na agenda que amplie a competitividade do setor”, informou a Associação.

Os valores cobrados pelas passagens estão diretamente relacionados à estrutura de custos das companhias. Entre as ações que podem gerar redução no preço das passagens estão a queda no preço do combustível de aviação (QAv), responsável por 40% do preço da passagem, a diminuição do excesso de judicialização das relações de consumo nesse setor, a redução (ou não elevação) da tributação incidente sobre a aviação civil e, por fim, o estímulo à concorrência e à entrada de novas empresas aéreas no mercado brasileiro, que já está em andamento.

No pós-pandemia, os preços médios das passagens aéreas das rotas mais populares globalmente registraram aumento de 27,4% desde o início de 2022. Na Europa, por exemplo, os reajustes ficaram entre 20% e 30% no verão de 2023. Na França, a variação foi de +23,6%. No Brasil, o litro do querosene de aviação (QAV), que responde por cerca de 40% dos custos totais das empresas aéreas, acumula alta de 145% de março de 2012 a março de 2022.

“É também importante observar que a aviação comercial global ainda sofre com impactos negativos na cadeia de suprimentos devido ao efeito pandemia e ao atual cenário de instabilidade na geopolítica mundial. Para citar alguns exemplos, há atraso na entrega de aeronaves, componentes e peças para manutenção, além de seguro logístico e capatazia são precificados em dólar e os conflitos na Ucrânia e Faixa de Gaza trazem volatilidade ao preço do barril de petróleo e à cotação do dólar”, explicou a Abear.

Cabe destacar, ainda, que os preços das passagens aéreas são dinâmicos em praticamente todo o mundo. Além dos custos operacionais (combustível, manutenção, aluguel de aeronaves, tripulação, entre outros) a composição de uma tarifa considera diversos elementos, como: a taxa de ocupação do voo, a demanda por aquele trecho, a data da compra em relação à viagem, época do ano (sazonalidade), entre outros. É importante destacar que impostos estaduais, como o ICMS, podem impactar na precificação de determinados trechos.