Após pedir pela redução do preço do combustível de aviação no Brasil, a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) anunciou que a recuperação da demanda de passageiros continuou em outubro. O tráfego total em outubro de 2023 (medido em passageiro pagante por quilômetro, ou RPKs) aumentou 31,2% em relação a outubro de 2022. Globalmente, o tráfego atingiu recuperação de 98,2% dos níveis pré-Covid.

O tráfego doméstico aumentou 33,7% em outubro de 2023 versus outubro de 2022, impulsionado pelo crescimento percentual de três dígitos registrado na China, e ficou 4,8% acima dos resultados de outubro de 2019. O tráfego internacional aumentou 29,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Todos os mercados registraram ganhos percentuais de dois dígitos na comparação com o ano passado, aproximando da plena recuperação. Os RPKs internacionais atingiram 94,4% dos níveis de outubro de 2019.

“O forte resultado de outubro aproxima o setor da recuperação do tráfego total pós-pandemia. Os mercados internos permanecem acima dos níveis pré-COVID. A demanda internacional está se recuperando, mas de forma mais lenta. Em particular, a demanda internacional das transportadoras da região Ásia-Pacífico está 19,5% abaixo da demanda de 2019, que pode ser resultado do relaxamento tardio das restrições da COVID em partes dessa região, de problemas comerciais e tensões políticas”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.

Mercados internacionais de transporte aéreo de passageiros

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico apresentaram aumento de 80,3% no tráfego de outubro de 2023 em comparação com outubro de 2022, novamente o melhor resultado entre as regiões. A capacidade aumentou 72,5% e a taxa de ocupação subiu 3,6 pontos percentuais, atingindo 82,9%.

As companhias aéreas da Europa registraram aumento de 16,1% no tráfego de outubro de 2023 em relação a outubro de 2022. A capacidade aumentou 14,5% e a taxa de ocupação subiu 1,2 pontos percentuais, atingindo 85,1%.

As companhias aéreas do Oriente Médio apresentaram aumento de 24,16% no tráfego de outubro de 2023 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. A capacidade aumentou 22,2% e a taxa de ocupação subiu 1,2 pontos percentuais, atingindo 80,6%. A guerra Israel-Hamas causou pequeno impacto regional e global, apesar da redução das operações aéreas de/para Israel.

As companhias aéreas da América do Norte registraram aumento de 17,5% em outubro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. A capacidade aumentou 17,5% e a taxa de ocupação permaneceu estável em 83,9%.

As companhias aéreas da América Latina apresentaram aumento de 21,2% no tráfego de outubro de 2023 em comparação com o mesmo mês de 2022. A capacidade de outubro subiu rapidamente – o aumento foi de 22,3% – empurrando a taxa de ocupação 0,8 pontos percentuais para baixo, atingindo 85,3%, a maior entre as regiões.

As companhias aéreas da África apresentaram aumento de 25,3% em outubro de 2023 em relação a outubro de 2022. A capacidade aumentou 32,4%, fazendo com que a taxa de ocupação caísse 4,0 pontos percentuais, atingindo 70,3%, a menor entre as regiões.

O tráfego interno do Brasil aumentou 8,9% em relação ao ano anterior e ficou 1,1% acima do resultado de 2019. A demanda interna dos Estados Unidos aumentou 7,9% em outubro, com aumento de 12,9% na capacidade, empurrando a taxa de ocupação doméstica para baixo pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 83,2%.

“As pessoas atribuem um alto valor à liberdade de viajar. A forte demanda que vimos durante todo o ano confirma isso. E a aviação trabalha para garantir que as pessoas possam continuar desfrutando desta liberdade. Para fazer isso no longo prazo, devemos também cumprir com o nosso compromisso de atingir zero emissão líquida de carbono até 2050″, comenta Walsh.

“No mês passado, a 3ª Conferência sobre Combustíveis Alternativos para a Aviação (CAAF/3) definiu uma estrutura global para promover a produção de combustível sustentável da aviação (SAF) e a meta de reduzir em 5% a quantidade de carbono do combustível da aviação até 2030 em relação ao combustível fóssil utilizado atualmente. Agora, os governos precisam apoiar essa meta, implementando imediatamente políticas para estimular a produção de SAF”, continua o diretor.

“Vale lembrar que no ano passado, cada gota de SAF produzida foi comprada. A mesma coisa ocorrerá este ano. Mas, com algumas exceções, os governos não estão fazendo sua parte de garantir que o SAF seja abundante e acessível para apoiar a transição energética do setor”, completa Walsh.