A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) está lançando um apelo ao Governo Federal do Brasil e à Petrobras para uma revisão do mecanismo de preços do querosene de aviação no país. Este desafio tem sido um grande obstáculo para o desenvolvimento da indústria aérea brasileira.

Em declaração, Peter Cerda, vice-presidente regional da IATA para as Américas, destacou o alto valor nos preços do querosene de aviação no Brasil, desproporcional à realidade de um país produtor de petróleo. Ele enfatizou as consequências da posição de monopólio da Petrobras, os custos administrativos adicionais e a carga tributária pesada do governo sobre o querosene, resultando em preços artificialmente inflacionados. Atualmente, o combustível representa cerca de 40% dos custos totais para as empresas aéreas brasileiras, enquanto a média global está em torno de 30%, em meio aos preços excepcionalmente altos em todo o mundo.

Cerda ressaltou a importância estratégica da aviação para a economia e o desenvolvimento social do Brasil, destacando a contribuição significativa do setor em 2022, com US$ 27,5 bilhões para o PIB e 1,1 milhão de empregos gerados. Apesar desses números expressivos, o vice-presidente observou que o brasileiro médio faz apenas 0,4 viagens por ano, evidenciando a necessidade de tornar as viagens aéreas mais acessíveis. Por fim, ele enfatizou que, ao adotar as melhores práticas globais, o Brasil poderia impulsionar seu setor de aviação, promovendo conectividade, turismo e comércio.