O turismo de aventura é um segmento consolidado e bastante praticado no Brasil, visto que o país possui inúmeras opções para a prática de diversas atividades de aventura. Somos uma das maiores referências na prática de aventuras, principalmente aquelas ligadas à natureza. E o turismo de aventura adaptada segue a mesma linha, sendo uma referência internacional.

Existem iniciativas pioneiras, como a tirolesa de Socorro, onde o equipamento foi adaptado para levar pessoas tetraplégicas, criando uma cadeira acolchoada e envolvente, baseado na selete utilizada no parapente. Posteriormente, para a mesma atividade, foi criada a tirolesa voadora, onde o praticante vai deitado de bruços, e que foi criada para pessoas com deficiência impossibilitadas de ficar sentadas no equipamento inicialmente criado. Mas ambos os equipamentos fazem sucesso mesmo para pessoas sem deficiência.

O mergulho com cilindro é uma atividade praticada por pessoas com deficiência há bastante tempo, conhecido como mergulho adaptado. Existem certificações e cursos para mergulhadores com deficiência e, o mais interessante, é que esta atividade permite ser praticada por qualquer tipo de deficiência. O mergulho assistido possibilita que pessoas sem nenhum movimento sejam facilmente conduzidas, assim como pessoas com deficiência visual.

O esqui na neve é uma atividade de aventura para turistas, mas também é um esporte paralímpico. Bariloche, na Argentina, oferece atividades de esqui adaptado, com cadeiras adaptadas com pás de esqui ao invés de rodas. Cegos acompanhados de instrutor e pessoas com deficiência intelectual também praticam, de uma forma bastante inclusiva. 

Em um trabalho que realizei em Bonito, no Mato Grosso do Sul, junto com os guias de turismo, adaptamos o bote para descida nos rios. Uma bóia-cross, semelhante a uma câmara de pneu de caminhão, foi colocada no piso do bote e entre as laterais para ficar firme. Desse modo, eu como cadeirante e com pouca força abdominal, consegui ficar sentado, equilibrado e bem posicionado até para ajudar a remar. Muitas vezes, a adaptação para acessibilidade da atividade de aventura requer ajustes simples, sem grande custo. Neste exemplo nada foi gasto, somente aproveitado os materiais que já possuíam.

É importante lembrar que instruções de segurança, geralmente passadas no início de uma atividade de aventura, sejam passadas de forma acessível aos praticantes. Através da Língua Brasileira de Sinais ou de forma escrita para pessoas com deficiência auditiva, e com demonstrações táteis para pessoas com deficiência visual.

Faltam mais operadores de turismo de aventura adaptada, pois existe um público imenso disposto à sua prática, no Brasil e no exterior. Algumas poucas empresas no Brasil que se especializaram nisso apresentam ótimo retorno financeiro e, principalmente, da imagem social desse tipo de iniciativa. Fica a dica!