O segmento de aviação executiva na América Latina projeta um crescimento significativo de 103% nos próximos cinco anos, segundo um recente levantamento da Mordor Intelligence. Apenas em 2024, a previsão é de um aumento de US$ 640 milhões, enquanto para 2029 esse valor deve saltar para US$ 1,31 bilhão. O Brasil se destaca nesse cenário, não só como o país da América do Sul com o maior número de proprietários de jatos, mas também como o segundo maior mercado de aviação executiva do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. De acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), a frota de jatos executivos no Brasil chega a 906, totalizando 9.692 aeronaves operacionais na aviação de negócios.

Em resposta a esse crescimento robusto, um grupo de empresários goianos está desenvolvendo um ambicioso projeto na cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia. O Antares Polo Aeronáutico será um aeroporto de negócios destinado a atender diversos segmentos da aviação geral, incluindo a aviação executiva e serviços de táxi-aéreo.

Liderado por empresas goianas como Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações, e RC Bastos Participações, o projeto tem como objetivo focar totalmente na aviação de negócios. Por ser 100% privado, o Antares elimina entraves burocráticos associados a concessões públicas, garantindo uma segurança jurídica maior para os investidores. Na primeira fase, o aeroporto contará com uma pista de pouso de 1.980 metros de comprimento e 45 metros de largura, permitindo a operação de aeronaves de grande porte, como o Boing 737-800. Também serão construídas áreas de embarque e desembarque, além de 72 lotes que variam de 1.000 m² a 1.500 m², equipados com a infraestrutura necessária para instalação de hangares e outros serviços relacionados à aviação.

Desses 72 lotes, parte foi disponibilizada para venda tradicional, garantindo a titularidade da propriedade. Contudo, a demanda de grandes players do setor levou à negociação de áreas na modalidade BTS (Build To Suit), que isenta as empresas de complicações e custos com obras, permitindo que se concentrem em seus negócios.

Localização estratégica

A localização do Antares Polo Aeronáutico, no centro do Brasil, é um diferencial estratégico fundamental para o empreendimento. “O Antares estará a uma hora de voo dos principais polos de consumo e populacionais do país, que juntos representam 65% do PIB nacional. Mesmo as regiões mais distantes, como os extremos norte e sul do Brasil, não estão a mais de quatro horas de voo”, explica Romeu Neiva, um dos sócios-empreendedores. Além disso, Goiás se posiciona como o terceiro maior polo nacional de manutenção aeroportuária e o quarto em serviços aeroagrícolas, segundo dados da Abag, reforçando a importância dessa nova infraestrutura para o setor de aviação no Brasil.