A Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) identificou dois dos principais gargalos que afetam atualmente o segmento de eventos e viagens corporativas: a carência de mão de obra qualificada e os prazos longos de pagamento. As constatações são fruto das reuniões setoriais realizadas ao longo de abril com integrantes das Comunidades da entidade, que reúnem representantes de diferentes segmentos do ecossistema Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions (Mice).
Segundo a Alagev, a escassez de profissionais capacitados afeta diretamente a qualidade da entrega e atrasa processos de inovação. A pandemia de covid-19 agravou esse cenário, ao impulsionar a migração de talentos para outros setores e ao evidenciar a carência de programas específicos de formação. Já os prazos estendidos de pagamento prejudicam especialmente pequenas e médias empresas, limitando investimentos em qualificação, tecnologia e melhoria dos serviços.
Outros entraves mencionados durante os encontros foram a dificuldade de implementação de sistemas, a resistência a novos modelos de negócios, falhas na gestão de indicadores, queda na qualidade do atendimento, ausência de dados estratégicos, além de barreiras regulatórias e operacionais em segmentos específicos, como também a baixa compreensão sobre o funcionamento de tarifas dinâmicas.
Luciana Salustri, coordenadora de Comunidades da Alagev, destaca que as reuniões setoriais têm papel estratégico na formulação de propostas práticas para o segmento. “Enfrentar os desafios exige um olhar estratégico e muita escuta ativa baseada na experiência dos profissionais que estão na linha de frente. Os apontamentos coletados durante essa etapa serão fundamentais para orientar os próximos movimentos da expedição ‘Altitude 2025’ e ajudar a traçar caminhos mais consistentes para o nosso setor”, afirma.
As reuniões integram o plano de ação anual da associação, batizado de “Altitude 2025 – Escalando o amanhã no presente”, que toma como base metafórica a escalada ao Monte Everest. A jornada está dividida em oito marcos, desde o reconhecimento dos desafios até a apresentação das soluções na 4ª Reunião Global, em novembro deste ano.
Para Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev, o trabalho coletivo será essencial para superar os obstáculos identificados. “O Altitude 2025 é mais do que um projeto; é uma jornada coletiva que convida todos os profissionais do setor a colaborarem na construção de soluções conjuntas. Acreditamos que, por meio da união e do compartilhamento de experiências, podemos identificar desafios comuns e estabelecer metas alinhadas para fortalecer o ecossistema do segmento de eventos e viagens corporativas e prepará-lo para os desafios do futuro”, conclui.