O maior bloco de Carnaval do mundo, o famoso Galo da Madrugada, já está com a programação completa e a construção do galo gigante na Ponte Duarte Coelho começa na semana do evento, em 16 de fevereiro. Neste ano, a temática do galo remete às raízes negras, dando vida ao “Galo Preto Ancestral” no Recife.

A homenagem à herança afrodescendente do Brasil traz um visual de identidades culturais e fortalecimento da ancestralidade africana para mostrar a pluralidade dessa grande festa. A obra será composta por mais de 7 toneladas de insumos e chegará a 28 metros de altura. Pela primeira vez, o Galo reverencia pretos e pardos, pilares da cultura carnavalesca e do surgimento dos brinquedos populares tão caros à população, como o próprio frevo.

A obra de arte também traz traços cubistas e angulosos inspirados em Picasso que, por sua vez, também se inspirou na arte africana no início do século passado, e terá 90% de materiais e resíduos recicláveis.

Para o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, o encontro com o Galo Ancestral reverencia a cultura popular basilar inerente ao ciclo momesco recifense.

“Quando falamos em uma volta ‘com todos os Carnavais’, estamos atentos à diversidade, à pluralidade única desse ciclo cultural, no Recife, mas também às referências temporais, das várias épocas, encontrando assim as origens da folia. Isso nos remete à necessária reverência feita à cultura popular, ao surgimento de tudo, a quem está na base de um Carnaval singular, construído pela alegria e pela resistência das nossas manifestações originais, que norteiam e inspiram a Cidade da Música e da Cultura Patrimônio, o Recife, a ser o que ele é. Essa foi a fonte conceitual, traduzida claramente nas homenagens a Zenaide Bezerra e Dona Marivalda, mulheres negras que dedicaram a vida a um ofício apaixonado, no qual estão desde sempre”, pontua Mello.


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