A Unedestinos considerou, através do estudo do professor da USP, Glauber Santos, que a isenção trouxe resultados positivos mesmo em curto período de efetivo rigor (medida entrou em vigor em 17 de junho de 2019). Sem a pandemia, projeção aponta a entrada de R$ 800 milhões de receita.

“Nos oito meses em que a isenção de vistos teve condições de mostrar resultados antes da covid-19, os quatro países isentados enviaram ao Brasil quase 80 mil turistas a mais do que previsto. Considerando o perfil de gastos dos turistas, estima-se que a receita adicional tenha sido de R$ 328 milhões. Se a tendência crescente tivesse se mantido, estima-se que o resultado poderia ter passado de 200 mil turistas e R$ 800 milhões por ano”, esclarece o Prof. Glauber.

Já para Toni Sando, presidente da Unedestinos, a medida aplicada em 2019 tornou o Brasil mais competitivo na captação de eventos internacionais. “A isenção de visto para países estratégicos é um atributo a mais para o destino, uma vez que irá receber palestrantes, profissionais, expositores, imprensa e milhares de potenciais participantes. Em uma candidatura na qual os concorrentes não possuem necessidade de visto, tal fator pode ser crucial na definição do destino”, completa.

Além disso, o professor ainda detalhou que a isenção de vistos tem sido repetidamente evidenciada pela pesquisa científica como uma política com efeito positivo sobre a atração de turistas. Segundo estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, os fluxos turísticos isentos de vistos são até 120% maiores do que aqueles em que o documento é exigido. Outro estudo, desenvolvido por pesquisadores das universidades taiwanesas acerca dos países da OCDE, também demonstrou impacto positivo na desobrigação dos vistos.

“Contudo, esse trabalho sugere que as oportunidades de ganhos têm diminuído nos últimos anos à medida em que o número de países com isenção tem aumentado. Parece estar havendo uma corrida por isenções e turistas em que o Brasil acaba de tomar a contramão”, sugere o Professor.


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