Nesta segunda-feira (20), a Embratur formalizou na Polícia Federal (PF) o pedido de investigação do caso do Millionaire Social Circle, grupo de coaches norte-americanos acusado de praticar atos de exploração sexual de mulheres no Brasil.

Na reunião, Marcelo Freixo, presidente da agência, e Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia, combinaram atuar em parceria, através de um acordo de cooperação técnica. Serão realizadas ações para prevenir e combater crimes de exploração sexual praticados por turistas internacionais no Brasil.

“O Brasil tem um histórico de turismo para fins de exploração sexual que precisa ser enfrentado. Esse é um turismo que a gente não quer. A parceria entre Embratur e PF é um recado emblemático e forte, tem que ser um caso pedagógico. A gente quer muito o turista no Brasil, pelo sol e praia, pela gastronomia, pela cultura, mas turismo para cometer crime, a gente não quer. Não pode ter nenhuma dúvida em relação a isso”, enfatizou Marcelo Freixo.

Freixo destacou ainda que, por meio da colaboração com a Polícia Federal, a direção da Embratur vai poder identificar os destinos nacionais mais vulneráveis a essas práticas criminosas e, posteriormente, trabalhar de forma preventiva para coibir novas ações.

Além do acordo com a PF, a agência emitiu uma nota de repúdio sobre o caso. Confira abaixo o texto na íntegra.

NOTA OFICIAL

A Embratur se solidariza com as mulheres vítimas de exploração sexual em São Paulo, no caso ocorrido no final de fevereiro envolvendo um grupo de turistas estrangeiros. Esta agência já acionou a Polícia Federal com a finalidade de solicitar a investigação do caso e, na próxima segunda-feira (20), o presidente Marcelo Freixo se reunirá com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para entregar ofício pelo qual formaliza este pedido.

Não são bem-vindas em nosso país pessoas que desejam praticar crimes. O turismo para fins de exploração sexual fere nossas leis e quem o pratica será submetido à devida investigação, julgamento e punição.

Há décadas, o Brasil executa políticas intersetoriais para combater o turismo para fins de exploração sexual, com ações internas de assistência social, prevenção com educação e investigação criminal; e externas, na reconstrução da imagem do país no exterior e promoção de um turismo responsável. Infelizmente, essa trajetória foi interrompida pelo governo passado, cujo então presidente deu infelizes declarações que estimularam a prática desses crimes.

Turismo gera emprego, desenvolvimento e é essencial para a imagem do país no exterior. Em nossa gestão, recuperamos como valores centrais da Embratur o respeito aos direitos humanos e à democracia. Promovemos no exterior um Brasil que queremos ser, da sustentabilidade, que combate a pobreza e o racismo e valoriza a diversidade de seu povo. São muito bem-vindos os turistas estrangeiros que querem contribuir para a construção desse Brasil.


Leia também: Embratur e BNDES se reúnem para fomentar turismo internacional no Brasil