Não é de hoje que a Reforma Tributária está pautada na Braztoa, que faz parte do G20 – grupo formado por dezenas de entidades representativas do Turismo no Brasil. Segundo Fabiano Camargo, presidente do Conselho de Administração da Braztoa, neste momento, os esforços estão totalmente voltados para a inclusão do Turismo na lista das atividades com alíquota reduzida.

“A atual proposta apresentada na Câmara dos Deputados pretende a criação de imposto único e unificação de alíquotas, o que aumentará a carga tributária do setor, podendo chegar a mais de 100%. Este índice, ao nosso ver abusivo, afasta o Brasil de ser um destino competitivo para o turismo e dificultará ainda mais o avanço do nosso setor. Seguimos unidos com outras entidades do Turismo, para mudar esse cenário”, ressalta Camargo.

MANIFESTO PELA REFORMA TRIBUTÁRIA JUSTA QUE PROMOVA O CRESCIMENTO DO BRASIL E DO TURISMO NACIONAL
Sobre a necessidade de se garantir condições favoráveis ao aumento da competitividade nacional e internacional do turismo e eventos no Brasil

A Reforma Tributária carrega duas promessas essenciais ao Brasil: simplificação tributária e não aumento de impostos. A proposta é que o país adote um imposto sobre valor agregado (IVA), em linha com a média mundial, modernizando nossa economia.

Porém, o setor de turismo e eventos, através das diversas associações que o representam e assinam esta carta, precisa trazer suas preocupações relacionadas à Reforma que está em andamento. O setor representa cerca de 8,1% do PIB brasileiro, com R$238,6 bilhões de receita bruta, é também um dos maiores empregadores, com 7,4 milhões de empregos diretos. Tudo isto com baixo impacto ambiental, promovendo nossa cultura e patrimônio e apoiando a preservação do meio ambiente. Tudo isso de modo descentralizado, nos vários cantos do Brasil, levando desenvolvimento regional por meio da geração de emprego e renda.

A proposta de Reforma Tributária apresentada pelo Grupo de Trabalho, especialmente pelo Relator, Dep. Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), pode aumentar drasticamente a carga tributária do setor de Turismo e Eventos e inviabilizar a competitividade internacional do Brasil no setor, destruindo emprego, renda e arrecadação de impostos.

Explicamos. O turismo, como boa parte do setor de serviços, é intensivo em mão de obra. A essência do mesmo está nas pessoas e na hospitalidade que oferecemos aos clientes. E, infelizmente, estes valores não são considerados “créditos” na reforma. Pelo contrário, pelo texto atual, quanto mais empregos gerados, mais impostos serão cobrados. É previsto um aumento de alíquota de 8,65% para 25%, mesmo considerando as demais alterações, o que representa umaumento de custo de 153%, segundo dados da CNC. Este cenário, se concretizado, pode ter um impacto catastrófico, inviabilizando muitas operações no setor de Turismo e Eventos, fazendo com que o consumidor também seja onerado e ainda causando impactos negativos no desenvolvimento das atividades e das localidades que dependem do turismo.

Para efeitos de comparação com o cenário mundial, observamos que em diversos locais, especialmente nos países que enxergam o Turismo como atividade central para o desenvolvimento, tais como França, Espanha, Itália, Inglaterra, México, Tailândia, a alíquota do IVA é reduzida para as atividades turísticas. Nestes locais, o setor não paga mais de 10% de IVA e, em vários, os turistas estrangeiros são isentos.

No Brasil, projeta-se uma alíquota de 25%. Como vamos ser competitivos no cenário internacional, fortalecer o desenvolvimento do turismo nacional, atrair turistas internacionais e investidores com o triplo de carga tributária?

Entendemos que é fundamental que o nosso país avance em um processo de simplificação e transparência do sistema tributário, mas, apesar disso, também é primordial que a reforma não deixe de olhar em detalhes os impactos em diferentes setores, buscando resguardar e/ou aprimorar a competitividade de nosso país como destino turístico para os brasileiros e para os estrangeiros.

Por isso, entendemos que é de enorme importância a adoção de uma alíquota diferenciada para o setor de Turismo e Eventos no processo de reformulação do sistema tributário brasileiro.

Ao adotar uma alíquota diferenciada para o setor, vamos dar condições para aumentar a competitividade do Brasil como um destino turístico, estimulando a economia local, atraindo novos investimentos e promovendo o crescimento sustentável.

Portanto, conclamamos os (as) senhores (as) parlamentares a considerarem seriamente a importância de uma alíquota diferenciada para o setor de Turismo e Eventos no Brasil, alinhando-se no bom senso e temperança às melhores práticas adotadas por outros países membros da OCDE. Acreditamos que essa medida será um catalisador para o crescimento do setor, gerando empregos e posicionando o Brasil como um destino de destaque no cenário internacional impulsionando a economia brasileira.

Atenciosamente,

  • Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV)
  • Jurema Monteiro, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR)
  • Fátima Facuri, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC)
  • Vinicius Viegas, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA)
  • Manoel Cardoso Linhares, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH)
  • Gervásio Tanabe, presidente executivo da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (ABRACORP)
  • Doreni Caramori Jr., presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE)
  • Vanessa Costa, presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (ADIBRA)
  • Caio Calfat, presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT BRASIL)
  • Luciano Guimarães, presidente do conselho da Associação Brasileira dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens (AIR TKT)
  • Francisco de Assis Leite, presidente da Associação das Agências de Viagem de Ribeirão Preto e Região (AVIRRP)
  • Fabiano Camargo, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA)
  • Simone Scorsato, CEO da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA)
  • Marco Ferraz, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA BRASIL)
  • Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA)
  • Orlando de Souza, presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB)
  • Marcelo Picka Van Roey, presidente do conselho da Associação Brasileira de Resorts (RESORTS BRASIL)
  • Murilo Pascoal, presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (SINDEPAT)
  • Carlos Alberto Sauandag, presidente do Sindicato de Emp. de Prom. Org. e Montagem de Feiras Cong. e Ev. do Est. de SP (SINDIPROM)
  • Armando Arruda Pereira de Campos Mello, relações públicas da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios (UBRAFE)
  • Toni Sando, presidente da União Nacional de CVBx e Entidades de Destinos (UNEDESTINOS)

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