A Associação do Transporte Aéreo Internacional (Iata) divulgou os dados do tráfego aéreo de maio de 2023, que mostram crescimento forte e contínuo na demanda por viagens aéreas. O tráfego total de maio de 2023 (medido em passageiro pagante por quilômetro, ou RPKs) aumentou 39,1% em comparação com maio de 2022. Globalmente, o tráfego atingiu 96,1% dos níveis de maio de 2019 (pré-pandemia).

O tráfego doméstico de maio de 2023 aumentou 36,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O tráfego doméstico total em maio de 2023 ficou 5,3% acima do nível de maio de 2019. Este é o segundo mês consecutivo que o tráfego doméstico supera os níveis pré-pandemia. O tráfego doméstico do Brasil cresceu 8,6% em maio em comparação com o ano anterior. Este é o mercado com recuperação total mais recente, apresentando tráfego 6,5% acima dos níveis pré-pandemia (maio de 2019).

O tráfego internacional aumentou 40,9% em relação a maio de 2022, com todos os mercados registrando forte crescimento, liderados novamente pelas operadoras da região da Ásia Pacífico. Os RPKs internacionais atingiram 90,8% dos níveis de maio de 2019, com as companhias aéreas do Oriente Médio e da América do Norte ultrapassando os níveis pré-pandemia.

A taxa de ocupação total do setor aumentou e atingiu 81,8%, com as operadoras da América do Norte atingindo 86,3%, o melhor resultado entre as regiões.

“Tivemos notícias boas em maio. As aeronaves estavam cheias, com a taxa de ocupação média atingindo 81,8%. Os mercados domésticos relataram crescimento acima dos níveis pré-pandemia. E, com a chegada da temporada movimentada de viagens de verão no hemisfério norte, a demanda internacional atingiu 90,8% dos níveis pré-pandemia”, disse Willie Walsh, diretor geral da Iata.

Confira a seguir o recorte regional do mercado internacional de transporte aéreo de passageiros:

RegiãoVariação do Tráfego (%)Variação da Capacidade (%)Taxa de Ocupação (%)Variação na Taxa de Ocupação (p.p.)
Ásia-Pacífico+156,7+136,180,0+6,4
Europa+19,8+14,284,4+3,9
Oriente Médio+30,8+25,080,2+3,6
América do Norte+31,0+23,285,1+5,1
América Latina+26,3+27,383,8-0,7
África+45,2+44,268,8+0,5

“As pessoas precisam e adoram voar. A forte demanda por viagens apoia o retorno das companhias aéreas à lucratividade. Em 2023, esperamos que as companhias aéreas do mundo todo registrem o lucro líquido de US$ 9,8 bilhões. É um número impressionante, principalmente após as grandes perdas causadas pela pandemia”, afirma Walsh. “Mas uma margem média de lucro líquido de 1,2% corresponde a apenas US$ 2,25 por passageiro embarcado, que não é um valor sustentável no longo prazo. Além disso, parece que, embora a pandemia tenha mudado muitas coisas na aviação, ela não resolveu o desequilíbrio da cadeia de valor do setor”, salienta.

“A última indicação veio na semana passada, quando os aeroportos da Europa anunciaram lucro coletivo de US$ 7 bilhões em 2022. Em comparação, a Iata estima o lucro de US$ 4,1 bilhões das companhias aéreas da Europa no mesmo ano. Não criticamos o lucro conquistado a duras penas por nenhuma empresa, mas isso levanta uma questão interessante”, propõe Walsh. “A regulamentação econômica dos aeroportos está de fato defendendo o interesse público quando um fornecedor monopolista (aeroportos) pode gerar retornos aparentemente muito maiores do que os negócios competitivos (companhias aéreas) aos quais eles fornecem serviços? Os governos deveriam pelo menos avaliar essa situação”, conclui o diretor.

Leia a análise completa dos mercados de transporte aéreo de passageiros de maio de 2023, por meio do link do pdf.


Leia também: DELTA E LATAM EXPANDEM REDE COM NOVA ROTA BOGOTÁ-ORLANDO