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Cruzeiros: temporada 22/23 foi segunda melhor da história

O setor brasileiro de Cruzeiros vem superando as dificuldades impostas pelos vários cenários econômicos dos últimos anos. A afirmação é feita pela Clia Brasil, com base no recente estudo feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado da atual temporada comprova, após as limitações impostas pela pandemia de Covid-19, que o setor tem impacto bastante significativo na economia turística de importantes destinos da costa brasileira.

O levantamento, que tem como objetivo produzir insumos técnicos sobre as vantagens econômicas e sociais geradas pelo desenvolvimento do setor, serve para orientar políticas públicas e formular estratégias, cenários e indicadores que possibilitem a otimização e os benefícios da atividade turística.

De acordo com os dados obtidos, a crise econômica ocasionada pela pandemia foi confirmada como o pior momento já enfrentado pelo setor. Em decorrência dela, uma temporada inteira não pôde ocorrer (2020/2021) e a temporada seguinte (2021/2022) sofreu com limitações como a interrupção por dois meses e redução da capacidade dos navios para 75% do total disponível.

Em comparação com a anterior (2021/2022), a atual temporada (2022/2023) teve resultado bastante positivo, com um número total de 802,758 cruzeiristas, distribuídos entre os nove navios que operam na costa brasileira. Este foi o segundo maior resultado de toda a série histórica, ficando abaixo apenas das temporadas 2011/2012, quando foram embarcados 805,189 cruzeiristas.

Vale ressaltar que as atividades relacionadas ao Turismo influenciam diretamente na geração de emprego e renda da população brasileira, com diferentes níveis de especialização, e que seu crescimento gera consequências imediatas e proporcionais ao país.

O impacto econômico gerado pelos gastos das armadoras para a realização da temporada 2022/2023, foi de aproximadamente R$ 3 bilhões. O resultado é 2,5 vezes maior ao da temporada anterior, o que exemplifica a retomada e a força econômica do setor. Estes gastos incluem os salários pagos, gastos com alimentos e bebidas (suprimentos), água e lixo, combustíveis, comissão para
agentes e operadoras de turismo, tarifas portuárias, impostos e marketing, dentre outros.

Durante a temporada 2022/2023 foram gerados 79.567 postos de trabalho na economia brasileira, que representa um resultado 3,5 vezes superior ao apurado na temporada anterior. Deste total, 1.652 foram de tripulantes dos navios – representando 35,1% superior ao gerado na temporada anterior) e outros 77.915 são empregos diversos, gerados de forma direta e indireta pelo segmento de Cruzeiros.

Já o impacto gerado pelos gastos dos cruzeiristas e tripulantes nas cidades e portos de embarque, desembarque e trânsito foi de R$ 2,1 bilhões, mais de seis vezes superior a última temporada, devido ao aumento proporcional do número total de cruzeirista na temporada. Movimentando, desta forma, mais de R$5,1 bilhões que engloba compras de passeios turísticos, suvenires, alimentos e bebidas, transporte e hospedagem antes e/ou depois da viagem.

O número de turistas residentes no Brasil e que realizaram viagens de cruzeiros no exterior em 2022 foi de 75,3 mil, com uma receita estimada de R$ 554 milhões (R$ 320 milhões a mais que em 2021). Caribe e Mediterrâneo foram os principais destinos de preferência para os brasileiros que viajam ao exterior para realizarem cruzeiros marítimos.

Oportunidades de expansão do setor de Cruzeiros

O levantamento ainda observou oportunidades de expansão no setor de cruzeiros no Brasil, e apontou que este movimento fica evidente à medida que o setor cresce no mundo. A indústria recebeu 26 navios em 2022 e receberá 22 em 2023, com capacidade adicional de pouco mais de 104 mil leitos, com previsão de mais navios e leitos para os próximos anos (2024-2026).

Considerando o cenário pós pandemia e a retomada econômica de diversos setores, existem oportunidades de expansão que são continuamente trabalhadas pelo setor e que necessitam cada vez mais do apoio de políticas públicas e estratégias para o mercado,
como por exemplo:

  • Na arena internacional de oportunidades de desenvolvimento para o mercado brasileiro, cabe atenção às tensões estabelecidas entre mercados que possam provocar movimentação de substituição de destinos, gerando necessidade de transferência de navios para outros roteiros, além do já aproveitamento dos navios de maneira mais eficiente durante o inverno no hemisfério norte;
  • Novos destinos para a temporada brasileira de cabotagem colaboram para que os cruzeiristas tenham mais fatores de influência na hora da decisão pela viagem e serão fundamentais de acordo com as empresas do setor para a recuperação no período pós pandemia;
  • Com o retorno das atividades dos negócios no País, a volta da realização de eventos corporativos deve voltar a ser uma ótima opção para as armadoras, levando resultados positivos para o setor, como alternativa para as organizações que buscam sair do
    convencional;
  • Como já mencionado em relatórios anteriores, o nicho de casamentos em alto mar deve ser trabalhado como uma grande oportunidade, onde os participantes do evento, além de participar da festa, aproveitam para realizar a viagem de navio ao lado de amigos e familiares.

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