O Carnaval é a maior festa brasileira e uma das maiores do mundo, além disso ela é bastante inclusiva. No carnaval se misturam pessoas de todas as classes sociais, opções religiosas, diferentes etnias, orientações sexuais e tipos de deficiência. Para que seja bem acessível às pessoas com deficiência, é preciso que haja algumas adaptações, vamos pegar o Carnaval de São Paulo como exemplo.

Já faz bastante tempo, as escolas de samba passaram a incluir pessoas com deficiência em seus desfiles. Eu mesmo já desfilei pela Vai-Vai numa ala onde haviam vários cadeirantes. Atualmente, praticamente todas as escolas de samba já incluem pessoas com diferentes tipos de deficiência, até na bateria e nos carros alegóricos.

O serviço de transporte Atende, disponibilizado pela prefeitura para transporte de pessoas com deficiência física para escola, trabalho e consultas médicas utilizando carros adaptados, no Carnaval presta o serviço de transfer até o Sambódromo. Isso facilita muito, pois o trânsito no local fica bastante difícil por causa das interdições.

A audiodrescrição, que é um recurso de descrever em palavras, o que as pessoas com deficiência visual não conseguem ver, também será feita ao vivo durante o desfile do Sambódromo. O Sambódromo acessível, apesar que algumas adequações estruturais e operacionais precisam ser realizadas, para melhorar a acessibilidade e a inclusão. Há espaço par pessoas em cadeira de rodas assistirem o desfile com mais conforto e condições de visibilidade, além de banheiros adaptados.

Para as pessoas com deficiência auditiva, todos os samba-enredos serão interpretados em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e disponibilizadas em um canal do YouTube. Apesar de não ouvir, as fortes vibrações sonoras do som da bateria, podem ser sentidas por quem não ouve. É uma forma diferente de apreciar a festa. Em vários blocos de carnaval de rua, também há intérpretes de Libras no alto dos carros de som. 

Os blocos de rua são realizados em vias publicas interditadas ao trânsito, então a área da rua fica mais fácil para cadeirantes transitar e acompanhar o bloco. São disponibilizados banheiros químicos acessíveis, porém os modelos que existem para locação, não são muito bons, pois o espaço para quem precisa de acompanhante ainda é pequeno, as portas com mola atrapalham o acesso e possuem um desnível na entrada, sem contar que vários deles são colocados em locais difíceis, como em calçadas sem rebaixamento.

Apesar de falhas mencionadas, o Carnaval vem sendo cada vez mais acessível e inclusivo em todas as partes do Brasil onde esse tipo de festa acontece. Como resultado, cada vez mais pessoas com deficiência participam da festa, inclusive vários turistas com deficiência estrangeiros, e  já existem escolas de samba criadas com foco na participação de pessoas com deficiência.