Além das conhecidas atrações como praias paradisíacas, gastronomia requintada e vibrante vida noturna, o litoral norte de São Paulo vem se destacando por um fenômeno natural espetacular que atrai milhares de turistas: a migração das baleias jubarte. Esses mamíferos marinhos, famosos por sua simpatia e acrobacias, escolhem as águas aquecidas do litoral brasileiro para reprodução durante o inverno, especialmente nos meses de junho e julho, tornando-se as grandes estrelas do crescente turismo de observação na região.

Julio Cardoso, do Projeto Baleia à Vista, destaca a importância desse segmento para a localidade, “Esse segmento traz benefícios para a região que vão muito além de emprego e renda para a população. Ajuda a criar uma consciência sobre a importância da preservação da nossa fauna marinha e mobiliza as pessoas em benefício e apoio às causas de preservação do meio ambiente”.

Após passarem o verão nas frias águas da Antártida, as baleias jubarte percorrem mais de 5 mil quilômetros até o Brasil, chegando mais cedo este ano, com avistamentos já em abril. Este fenômeno natural não apenas oferece um espetáculo aos olhos mas também contribui significativamente para a economia local. A observação desses animais movimenta aproximadamente R$ 3 milhões anualmente, atraindo cerca de 10 mil turistas ao país.

A atividade de observação de baleias, implementada em 2021 pela operadora Maremar Turismo, tem visto um crescimento exponencial na demanda. Marcos Cará, um dos responsáveis pela empresa, relata o sucesso dos passeios, “Quando começamos a fazer os passeios, os barcos não davam conta de atender o número de pessoas interessadas. Em 2022, dobrou o número de pessoas que buscaram os passeios e no ano passado batemos recordes: fizemos duas saídas por dia, com quatro barcos, levando uma média de 250 pessoas, durante 76 dias. Em todos os dias avistamos baleias”.

O aumento de avistamentos parece correlacionar-se com temperaturas mais quentes nas águas locais, levando a uma presença mais prolongada das baleias, como explica Cardoso, “Nossa hipótese é que, como as águas da região estavam mais quentes que o normal no inverno passado, as baleias em reprodução ficaram por aqui, o que constatamos com a presença de muitas mães com filhotes. Isso pode ter sido a causa delas encostarem mais aqui e não passarem direto para a Bahia”.

A secretária de Turismo de São Sebastião, Adriana Augusto Venhadozzi, reforça o compromisso da região com a sustentabilidade, “Aqui, valorizamos não apenas as belezas naturais, mas também a conservação marinha e o turismo sustentável. Investimos em capacitação para operadores e campanhas educativas em toda a cidade, visando educar e conscientizar tanto os turistas quanto a comunidade local sobre a importância da observação responsável de baleias”.