São Paulo (SP) – Como parte da programação da segunda edição do Fórum de Turismo 60+, que ocorre no Tivoli Mofarrej, dois empreendedores 60+ conhecidos no setor contaram um pouco da sua trajetória à frente de importantes empresas. Sob o título “Motivação e Inspiração”, o painel, ministrado por Mariana Aldrigui, contou com a participação de Arnaldo Franken, Líder do Grupo Arbo, e Guilherme Paulus, Fundador da operadora e agência de viagens CVC.
Franken, ao avaliar se o Brasil está preparado para o público 60+, nota que o País ainda enfrenta percalços para receber esse público. “Estamos preparados para vender, só o Brasil que não está estruturado. Tem poucos quartos disponíveis para pessoas com necessidades, como hotéis e resorts sem rampa. Nosso turismo não está preparado, mas temos um campo de vendas incrível” declara o profissional.
Paulus complementa a observação de Franken e chama atenção para a falta de estrutura não a partir dos 60+, mas a partir dos 80+. “Estamos ganhando qualidade de vida e o Brasil ainda não olha muito para os detalhes. Claro que algumas cidades, você tem qualidade no atendimento para o público sênior. Tem que ter um trabalho muito grande tanto por parte do Ministério do Turismo quanto da Embratur”, ressalta o profissional.
Pensando em conselhos para os agentes de viagens, Franken afirma que os profissionais tem que começar a pensar no que vai acontecer com o mercado daqui a dez anos. “Ele vai mudar drasticamente assim que a IA estiver preparada para o turista e a IA vai roubar de nós o cliente direto, porque nossos aparelhos eletrônicos mostram para essas inteligências nosso comportamento. No entanto, acredito que temos que nos preparar para trabalhar em nichos de mercado e trabalhar com produtos que a internet nunca vai poder fazer. São produtos exlcusivos e que ninguém consegue comprar sozinho”, diz, citando África como destino que precisa ser vendido com assistência.
Ainda sobre esse preparo, Paulus reafirma que os agentes de viagens são de suma importância, mas que a IA será uma evolução rápida como a internet. “A gente não vive sem internet e cada vez mais as informações vão chegar mais rápida e completa. Vai dar um aprimoramento à sociedade e vamos aprender”, prevê.
Questionado sobre o seu trabalho com a ONG Garupa, Franken detalha sobre o trabalho realizado com diversas tribos indígenas para prepará-los para o turismo, citando, por exemplo, a tribo Baré. “Hoje eles estão preparados e só é permitido fazer quatro grupos por ano, ou seja, mais de 48 pessoas não entram. Assim, não atrapalha a maneira de viver das comunidades. Esse é meu objetivo como legado”, declara.
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