Durante a apresentação de lançamento da Aurum Incentives, Pedro Fernandes, sócio da McKinsey & Company no Brasil, trouxe à tona dados sobre novos hábitos de consumo, com destaque para o mercado de luxo e viagens. A pesquisa global realizada pela McKinsey abrange mais de 25 países e foca na percepção dos consumidores sobre suas economias, seus gastos e suas preferências, oferecendo insights valiosos tanto para o setor de viagens quanto para o segmento de luxo.
Fernandes começou destacando o nível de otimismo econômico dos brasileiros. Segundo ele, o consumidor brasileiro apresenta um índice de otimismo de 40%, o que, apesar de ser menor do que em países como a Índia, coloca o Brasil em uma posição favorável quando comparado a economias mais desenvolvidas, como a Europa e o Japão, que enfrentam maiores níveis de pessimismo. “O otimismo no Brasil ainda está abaixo do que era pré-pandemia, mas se estabilizou e aponta sinais positivos para os próximos anos”, explicou Fernandes.
Uma das principais tendências apontadas por Fernandes foi a ascensão de consumidores mais jovens e de alto poder aquisitivo, especialmente em mercados emergentes como o Brasil, mas também em regiões como a Ásia e o Oriente Médio. Segundo ele, a idade média dos consumidores que têm maior capacidade de gasto está diminuindo, e, até 2040, espera-se que cerca 70% dos gastos discricionários sejam feitos por gerações mais jovens, como a geração Z e os millennials. Hoje, esse percentual se aproxima dos 40%.
Por outro lado, o público mais velho, especialmente os baby boomers e a geração silenciosa, também está se destacando. Fernandes afirmou que esse grupo, formado por pessoas com 65 anos ou mais, está mais disposto a gastar com viagens e outros produtos discricionários. “Estamos vendo uma tendência interessante: eles não querem mais economizar para o futuro e estão priorizando experiências e qualidade de vida no presente”, ressaltou o executivo.
Fernandes também comentou sobre o comportamento da classe média, que enfrenta dificuldades econômicas, mas mantém uma forte tendência aspiracional. “Embora a classe média esteja cada vez mais espremida financeiramente, ela continua a buscar produtos e serviços de luxo, muitas vezes fazendo sacrifícios no dia a dia para poder gastar em experiências que consideram especiais”, disse ele.
Outro ponto de destaque foi a queda na lealdade às marcas. De acordo com a pesquisa da McKinsey, um terço dos consumidores está mais disposto a experimentar novas marcas, produtos e serviços. “No Brasil, estamos observando uma das maiores taxas de experimentação de novas marcas no mundo”, revelou Fernandes, sugerindo que as empresas devem se adaptar a essa nova realidade e buscar constantemente inovações para atrair consumidores.
Embora o discurso sobre sustentabilidade seja recorrente entre os consumidores, Fernandes alertou que, na prática, esse tema está perdendo força, especialmente em períodos de dificuldade econômica. “As pessoas dizem se preocupar com sustentabilidade, mas, na hora de apertar o orçamento, poucos estão dispostos a pagar mais por produtos ecológicos”, afirmou.
Por fim, Fernandes destacou o crescente interesse em serviços relacionados ao bem-estar. “Essa é uma tendência forte e consistente, com um aumento na procura por experiências que promovam o bem-estar físico e mental, como resorts de luxo com foco em saúde”, concluiu o executivo.
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