O Parlamento Italiano deu um passo importante para a aprovação de uma taxa individual de €600 para o processo de cidadania italiana por descendência, prevista no Artigo 106 da Lei Orçamentária de 2025. A proposta substitui o modelo anterior, que considerava o processo coletivo, impactando diretamente descendentes de italianos, especialmente brasileiros, que lideram os pedidos de cidadania. Além disso, a medida inclui taxas adicionais: até €600 para processos administrativos realizados na Itália e €300 para a emissão de certidões históricas com mais de 100 anos pelas comunes italianas.
Para famílias numerosas, comuns nos casos de reconhecimento de cidadania, o aumento de custos é significativo. Uma família de 10 pessoas, por exemplo, teria de desembolsar cerca de R$42.000,00 para arcar com as novas taxas. “É uma mudança drástica no cenário da cidadania italiana, tornando o processo mais complexo e oneroso, especialmente para famílias que contam com recursos limitados”, afirma Matheus Reis, CEO da Io.Gringo.
A decisão tem gerado debates sobre o impacto econômico e cultural da medida, uma vez que a cidadania italiana representa, para muitos, não apenas uma conexão com suas origens, mas também melhores oportunidades de vida e acesso ao mercado europeu. O aumento dos custos pode limitar o acesso ao direito à cidadania, criando barreiras financeiras que afetam principalmente descendentes em condições mais vulneráveis.
Diante desse cenário, especialistas recomendam que interessados no reconhecimento da cidadania italiana se antecipem às mudanças, buscando orientação qualificada para atender às novas exigências. Embora já aprovada pelo Parlamento, a medida ainda levanta questionamentos sobre a preservação da identidade cultural dos descendentes de italianos e a igualdade no acesso ao jus sanguinis.
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