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Tarifas americanas elevam custos e ameaçam turismo nos EUA

Relatório da Allianz Research aponta impactos das medidas comerciais no setor aéreo e no fluxo internacional

As tarifas comerciais impostas pelo governo americano estão pressionando o setor aéreo e podem abalar a demanda turística internacional nos Estados Unidos. É o que revela o relatório The cost of a weaker dollar, tariff turbulence ahead for the travel industry and chip war reloaded, elaborado pelo time de economistas da Allianz Research, braço analítico da Allianz Trade, líder mundial em seguro de crédito.

De acordo com o estudo, a nova política tarifária da gestão do presidente Donald Trump deve inflacionar os custos de produção de aeronaves — algo que já vinha sendo um desafio desde a pandemia — e frear a recuperação financeira das companhias aéreas americanas. Em 2023 e 2024, o setor havia conseguido crescer em receita (+23% e +7%, respectivamente) e voltar a registrar lucros, mas os primeiros meses de 2025 mostraram um novo recuo, com queda média de -10% nas receitas do primeiro trimestre.

Os dados indicam que, além das tarifas, outro gargalo crítico é a capacidade limitada de operação. Embora o setor tenha expandido sua capacidade em +21% ao ano em 2022 e 2023, o crescimento do ATK¹ global desacelerou para +8% em 2024 e deve manter-se em cerca de +5% em 2025. A sigla ATK, que representa toneladas-quilômetro disponíveis, mede a capacidade combinada de passageiros e carga multiplicada pela distância percorrida — um indicador essencial para acompanhar a oferta do setor aéreo.

O relatório também destaca os entraves na cadeia produtiva. Os fabricantes de aeronaves e de componentes-chave ainda enfrentam dificuldades para retomar os níveis de produção pré-pandemia, o que atrasa entregas e pressiona preços. A Allianz estima que as aeronaves ficaram +16% mais caras nos últimos cinco anos e projeta uma alta adicional de +20% até 2030.

Além do impacto operacional, os economistas alertam para mudanças no comportamento do turismo nos EUA. O país ocupa a terceira posição no ranking mundial de turismo internacional, atrás apenas de França e Espanha, e em 2024 recebeu mais de 72 milhões de visitantes estrangeiros, um crescimento anual de +9%. Esse fluxo gerou receitas recordes de USD 215 bilhões (+14% ao ano), reforçando o peso do turismo na economia americana.

No entanto, a guerra comercial e o desgaste diplomático já mostram efeitos visíveis nas fronteiras. Canadá e México, que respondem por 52% dos turistas que visitam os EUA (cerca de 37 milhões ao ano), apresentaram queda: segundo o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, o número de visitantes vindos desses países recuou -6% em fevereiro e -8% em março (variação anual).

Os autores do relatório avaliam que, se não houver mudanças no cenário, as companhias aéreas mais expostas ao mercado doméstico e ao turismo receptivo podem enfrentar desafios prolongados. O aumento dos custos das aeronaves, somado à desaceleração da demanda internacional, tende a exigir respostas estratégicas das empresas do setor para evitar perdas ainda maiores nos próximos trimestres.

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