A escolha do novo secretário-geral da Onu Turismo acontecerá nos dias 29 e 30 de maio, na cidade de Segóvia, na Espanha, e deverá marcar um momento decisivo para os rumos do turismo internacional. Entre os seis nomes que disputam a liderança da agência especializada da Organização das Nações Unidas está o de Sheikha Al Nowais, representante dos Emirados Árabes Unidos, que pode se tornar a primeira mulher árabe a ocupar o posto.
Com sede em Madri, a Onu Turismo (anteriormente OMT – Organização Mundial do Turismo) está diante de uma eleição que promete renovar a visão estratégica do setor. A candidatura de Sheikha Al Nowais ganha destaque não apenas por sua representatividade, mas também pela proposta de um novo modelo turístico global, centrado em regeneração ambiental, inclusão digital e liderança feminina.
Sua plataforma é sustentada por três eixos principais. O primeiro é a sustentabilidade e regeneração, com ênfase em modelos de turismo que promovem o equilíbrio climático, restauram ecossistemas e geram economias mais alinhadas à natureza. O segundo, voltado à infraestrutura digital e equidade, propõe o fortalecimento da governança de dados, a disseminação do turismo inteligente e o acesso igualitário à inovação, especialmente para países do Sul Global. Já o terceiro eixo destaca a governança inclusiva e decolonial, com foco na valorização de lideranças regionais, integração de vozes historicamente marginalizadas e construção de políticas públicas mais equitativas.
“A possibilidade de a ONU Turismo ter uma mulher como líder é muito importante para países como o Brasil, onde há uma grande discussão sobre igualdade de gênero e a necessidade de que mulheres ocupem cada vez mais papéis importantes em empresas e instituições. Espero discutir extensivamente este tema com líderes femininas brasileiras e também aprender muito com elas”, afirma Sheikha Al Nowais.
A candidata defende que o turismo, enquanto atividade econômica de impacto transversal, deve contribuir de forma concreta para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo ações coordenadas entre governos, comunidades e setor privado. Sua candidatura surge num momento em que a demanda por novas soluções para os desafios globais – como a crise climática, a desigualdade de acesso e a participação efetiva de mulheres – está cada vez mais presente nas agendas internacionais.
O Brasil, que recentemente vem reposicionando o turismo como instrumento de inclusão, sustentabilidade e transformação social, acompanha com interesse o desfecho dessa eleição. Caso eleita, Sheikha Al Nowais representará um avanço simbólico e prático em direção a uma governança turística global mais diversa, inovadora e equitativa.