O segmento de multipropriedade é um dos que mais cresce no setor hoteleiro. No Brasil, onde há ainda muito espaço de mercado para tal, a GAV Resorts é um dos principais players. Em plena expansão, tanto de empreendimentos quanto de estrutura comercial, a empresa vem registrando cifras cada vez mais milionárias de vendas e expectativas ainda maiores. Para entender melhor esse desempenho, a reportagem do Brasilturis conversou com Manoel Pereira, CEO e cofundador da GAV Resorts.

Faturando R$ 1 bilhão em 2021 e R$ 2,1 bilhões em 2022, as projeções da GAV Resorts seguem em tendência de crescimento exponencial. “Apenas do começo deste ano até o final de abril, faturamos mais de R$ 990 milhões. Vale dizer que nossas vendas variam bastante durante o ano, visto que são maiores em meses de alta temporada”, alega Pereira. “Pela quantidade de salas de vendas e novos destinos que vamos estamos inaugurando, projetamos um faturamento de R$ 4 bilhões para 2023”, estima.

Até o final do ano passado, a empresa lançou um total de dez empreendimentos, dos quais três já foram entregues e estão em operação em Salinópolis (PA). Os demais já estão em construção e todas as obras estão dentro do prazo estipulado, com a primeira entrega prevista para 2024 (Porto Alto Resort). São eles: Salinas Beach Resort, também em Salinópolis; Pyrenéus Residence, em Pirenópolis (GO); Porto Alto Resort e Porto 2 Life, localizados em Ipojuca, ambos na praia de Muro Alto, na região de Porto de Galinhas (PE); Gran Valley Resort, em Gramado (RS); Jeriquiá Lagoa Resort, em Cruz (CE); e Pipa Island, em Tibau do Sul, na Praia de Pipa (RN). 

Pereira conta ainda que pretende lançar mais cinco empreendimentos ainda este ano. Essa expansão representa mais de 1,5 mil apartamentos, 40 mil frações imobiliárias e R$ 2,5 bilhões em valor geral de vendas (VGV). “Planejamos chegar a 15 novas propriedades até 2025, totalizando cerca de R$ 3,5 bilhões em investimentos. Ainda que dependa de aprovação, entre outras questões, nossos planos têm dado muito certo nos últimos anos, já que temos cumprido nossa meta de lançamentos”, conta o CEO.

Vale dizer que os clientes da GAV Resorts costumam ser famílias com renda superior a R$ 10 mil reais. “Nossa captação faz uma pesquisa antes de colocar um cliente na sala de vendas e aborda apenas os que tiverem famílias. Como o segmento é novo, o brasileiro não conhece, então contamos com salas de vendas nos próprios destinos onde será construído o resort. Ainda que o alvo sejam os turistas, também temos salas em outros lugares, em especial nos principais mercados emissores dos destinos”, explica.

Questionado sobre os principais desafios do segmento, Pereira aponta que todos os negócios têm desafios e, no caso, não há nenhum problema fora da curva. “Existem os cancelamentos, mas isso não é exatamente um desafio, mas uma característica do produto. Há também a dificuldade de entrar em destinos pouco consolidados no cenário turístico, já que não há como vender onde não tem público”, afirma o CEO.

“Ainda que existam multipropriedades em mais de 80 destinos pelo Brasil, a GAV não consegue mapear 10 destinos que, de fato, tenham espaço para multipropriedades”, continua Pereira. “Isso não depende apenas da beleza do lugar, mas de toda sua estrutura turística. Por isso, quando surge uma oportunidade, nosso comercial faz uma pesquisa no local e valida se podemos seguir com a negociação. Também costumamos abrir novos empreendimentos em um mesmo destino, como é o caso de Salinópolis”, finaliza.


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