A acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida se trata de um planejamento bem estruturado para alcançar um objetivo. Simplesmente seguir regras, como normas pré-estabelecidas ou cartilhas, podem ajudar a resolver alguns problemas pontuais, mas dificilmente irão te levar a um patamar de qualidade que não incorra em problemas posteriores. Além disso, é comum ver a acessibilidade aplicada somente ao meio físico, não dando importância a outros itens essenciais. Por isso, eu considero quatro pilares de aplicação para se obter um resultado satisfatório.

O primeiro é a acessibilidade arquitetônica, que é o mais óbvio. Deve-se considerar rampas em inclinações adequadas, largura de portas, piso uniforme e outros itens que façam o local ter condições de livre circulação para todos os tipos de pessoas. Adotar um usuário de cadeira de rodas como referência para verificação dos espaços é bastante útil, pois é o tipo de pessoa que geralmente demanda mais adequações de acessibilidade arquitetônica. 

Outro ítem são as tecnologias assistivas, que são equipamentos e acessórios para ajudar nas adequações de acessibilidade. As plataformas elevatórias para pessoas com deficiência física, o Braille para pessoas com deficiência visual, a campainha luminosa para pessoas com deficiência auditiva e o cordão de girassol para pessoas com deficiência intelectual, são alguns dos exemplos onde itens de qualidade, aplicados de forma correta, irão proporcionar condições de acesso com o máximo de autonomia do usuário.

A hospitalidade é algo fundamental, então o atendimento inclusivo é outro item que não pode faltar. Entender quando dar apoio ou ajudar uma pessoa, um cadeirante, por exemplo. Alguns precisam de auxílio para serem conduzidos, mas, para outros, essa mesma ajuda pode ser um desconforto. Vários tratam as pessoas com Síndrome de Down de forma infantil, e isso, além de não funcionar muito bem, chega a ser constrangedor e ofensivo para quem recebe esse tipo de tratamento. Inclusão tem a ver com equidade, que é dar às pessoas o que elas precisam para que todos tenham acesso às mesmas oportunidades. 

E o quarto pilar se refere à comunicação acessível. Qualquer tipo de informação deve estar em formatos acessíveis, que vão desde aos recursos táteis e audiodescrição para cegos ou a Língua Brasileira de Sinais e legendas para surdos em uma exposição em um museu, por exemplo. Além do formato, é preciso levar em conta a sinalização de entradas ou banheiros acessíveis, além da divulgação para o público das ofertas culturais com recursos de acessibilidade, como peças de teatro e até mesmo da disponibilidade de quartos adaptados em um hotel.

Esses indicadores, apontados de forma objetiva, mostram a importância de um planejamento para os diversos locais e situações, fazendo com que a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida sejam incluídas com autonomia, segurança e conforto. E se você conseguiu enxergar essa importância, irá entender, também, a necessidade de contratar um profissional experiente para passar as orientações certas, específicas ao seu tipo de negócio, ao invés de seguir fórmulas prontas e genéricas.